sexta-feira, 29 de maio de 2009

Você tem Dúvida de Sua Eleição?

por

Raniere Menezes




Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros... João 15:16

Biblicamente nós não temos a liberdade de escolher ou eleger a Deus, a liberdade de escolha pertence ao SENHOR. Não há em nós nenhuma legitimidade nem elegibilidade para merecermos a salvação. Sendo, assim, e cremos, perguntemos individualmente: como posso saber se sou ou não um eleito? Você tem dúvida de sua eleição?

“Ao SENHOR pertence a salvação!” (Jonas 2.9) É isso: a salvação vem de Deus, o SENHOR. O que moveu a escolha dEle? Seguramente Seu Senhorio e Soberania tão-somente. Pois de outro modo como poderia existir em mim algo digno de eleição?

Não há meio termo, ou foi a livre escolha de Deus que me escolheu ou estou perdido! Não há salvação sem Eleição (incondicional!). Efésios 1:4 nos diz: assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele... Antes mesmo da criação de Adão, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo. Os eleitos e somente os eleitos serão salvos! Nós sabemos disso! Deus salva somente os eleitos, - há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Rm 9.15. - Muros intransponíveis são os Seus decretos!

Se não podemos fazer nada por nossa eleição, e cremos nisto, como podemos saber se somos eleitos? Para quem acha que esse tipo de questionamento não é algo legítimo, é saudável citar William Perkins – um velho puritano da Inglaterra – para desfazer qualquer mal entendido. Não citarei suas palavras, mas seu conceito sobre um determinado aspecto da salvação: É possível duvidar da própria eleição? Sim, é. É possível um eleito regenerado ter ânimo dobre? (ser uma pessoa que não tem firmeza e nunca sabe o que deve fazer?) Sim, é possível. - Tiago 1:8. – Pode um eleito regenerado cair em desespero e duvidar da própria fé? Sim. Tudo isso pode acontecer como tentações, mas para todos os males espirituais que atingem os eleitos há remédio! Não precisa entrar numa crise existencial ou coisa parecida.

Se você tem dúvida de sua eleição, há três doutrinas especiais que você precisa urgentemente estudar ou rever: Chamada Eficaz (ou Vocação Eficaz), Justificação e Santificação. Se você tem passado por ânimo dobre, desespero e dúvida da fé, concentre-se nas doutrinas da Justificação e Santificação. Não há outro remédio. Deus não enviará uma voz do céu para dizer que você é um filho(a) amado(a)! Se você tem dúvida da sua justificação, concentre-se somente na doutrina da Santificação. Se você tem dúvida de sua eleição, o recado está dado, o que você está esperando? Vá orar e estudar!


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UMA AVALIAÇÃO DO CULTO

W. Robert Godfrey

A preocupação de Deus com respeito a seu culto deve levar os evangélicos a uma avaliação muito mais cautelosa de suas práticas de culto.

Primeiramente, os evangélicos precisam reconsiderar os novos elementos introduzidos no culto. Será que elementos visuais como drama, dança e filme são aceitáveis a Deus? Não parecem ser coerentes com a aplicação refletida do Segundo Mandamento. Ao contrário, tem mais semelhança com o fogo estranho oferecido ao Senhor (Lv 10.1). Deus na Escritura nunca aprovou a criatividade ou inovação no culto. Como é que os evangélicos tão impensadamente presumem que Deus aprova as suas novidades?
Esses elementos têm de ser rigorosamente submetidos às Escrituras. A falha evangélica, de não fazer isso, mostra que a Bíblia não funciona de maneira central na vida e no modo de pensar de muitos. Não devia haver tantos evangélicos se contentando com tirar um tema ou ilustração da Escritura, sem estudar cuidadosamente os detalhes para verificar se estão apresentando uma verdade coerente e sistemática. Os evangélicos precisam ver que o culto deve ser orientado pela Palavra nos detalhes específicos, não de maneira geral e vaga.
Para muitos, a justificativa de sua maneira nova de prestar culto tem raiz na sua sinceridade. O culto certamente precisa ser sincero para ser aceitável a Deus. Mas a sinceridade por si só não torna o culto aceitável a Deus. Os adoradores de Baal nos dias de Elias eram sinceros. Muitos adoradores de Yahweh em Samaria eram sinceros. Mas Deus rejeitou tal adoração como violações do Primeiro ou Segundo Mandamento. A sinceridade não justifica a falsa adoração, como também não justifica a falsa doutrina ou a vida desobediente.
O culto que é simples e espiritual irá incentivar a vida cristã disciplinada e coerente. Conduzirá os evangélicos de volta à Bíblia. Esse culto realmente edificará o corpo de Cristo na doutrina e na vida.

Segundo, os evangélicos devem reexaminar quais as formas em que eles mudaram os elementos do culto. Os sermões devem voltar a ser rigorosamente expositivos para que a igreja ouça realmente a Palavra de Deus, e não opiniões humanas. A exposição da Palavra em sua riqueza irá confrontar as nossas idéias, valores e maneiras pecaminosas, assegurando que o culto não seja simplesmente um paliativo confortante. A Bíblia precisa ser lida como ato central do culto: não apenas para informar, mas como um ato de reverência e agradecimento a um Deus que se revelou a si mesmo. A oração deve ser restaurada como privilégio da igreja de falar ao Deus que se aproxima deles. Os sacramentos devem ser vistos como sendo a bondade do Senhor em dar expressão visível ao evangelho.
Os elementos históricos do culto refletiam um sentimento da grandeza e presença de Deus. Os evangélicos podem retomar o culto profundamente centrado em Deus, e se afastar do seu culto cada vez mais centrado no homem. Como Calvino escreveu: "Não é uma teologia muito acertada a que limita tanto os pensamentos da pessoa a si mesma, e não coloca diante dele, como motivação primária de sua existência, o zelo por ilustrar a glória de Deus. Pois somos nascidos antes de tudo para Deus, e não para nós mesmos".
A vida cristã florescerá num contexto em que se cultive um relacionamento vital com Deus de acordo com sua Palavra. Reunir-se com Deus na verdade fortalecerá a vida cristã.

Terceiro, os evangélicos devem olhar com cuidado a sua música. A música é a maneira-chave de expressar a emoção no culto. Mas o culto contemporâneo por vezes demais se preocupa apenas com a emoção de alegria – e esta de modo bem superficial. A Bíblia da ênfase à alegria, certamente, mas dá ênfase igual à reverência. Diz o Salmo 2.11: "Servi ao Senhor com temor e alegrai-vos nele com tremor". A reverência e a alegria, ambas, devem ser expressas no culto.
A alegria e a reverência refletem a natureza de Deus, que é justo e misericordioso, santo e amoroso. Culto que é apenas alegre é servir a um Deus despojado da metade de seus atributos. Produz um evangelho que fala de paz quando não há paz. Divorcia a Lei do evangelho e o arrependimento da fé.
As músicas do culto da igreja devem seguir o modelo do hinário no qual se louva a natureza de Deus, com amor para com Deus como ele realmente é. Abastecerá a mente com verdades sobre as quais meditar. Incentivará o povo de Deus à santidade de vida.

Quarto, muitos evangélicos diminuíram o papel do pastor na liderança do culto e multiplicaram o número de líderes do culto. São atos alinhados com a cultura democrática, e freqüentemente justificados apelando-se à doutrina do sacerdócio de todos os santos. Mas isso muitas vezes torna líderes pessoas sem a instrução ou experiência devida para a posição. E mais importante, tais pessoas não receberam um chamado nem foram separadas para essa obra pelo corpo da igreja.
Os evangélicos precisam reassumir uma teologia de dom e ministério. Uma das grandes dádivas de Cristo concedidas à sua igreja, de acordo com Efésios 4, são os dons de pastor e professor. Aqueles que foram dotados e vocacionados por Cristo e sua igreja precisam dirigir o povo de Deus cuidadosamente em seu culto em conformidade com a Palavra.
Tal liderança irá ajudar os crentes em toda sua maneira de vida a refletir sobre a importância das estruturas e autoridades que Deus nomeia. O declínio do respeito para com as autoridades, quer pais, mestres, empregadores, ou autoridades do governo, é um problema crucial do nosso tempo. A igreja deve ser exemplo para a sociedade no seu respeito para com os ministros e presbíteros que Cristo estabeleceu em sua igreja.

Quinto, os evangélicos vêm mudando o horário do culto para tornar mais fácil e acessível o culto ao Senhor. Mas será que os evangélicos compreenderam o chamado do Senhor para que se santifique o Dia do Senhor? Existe um dia do Senhor na nova aliança – o de Apocalipse 1.10 – e é santificando-o que o povo de Deus aprende a obedecer e a negar-se a si mesmo. O verdadeiro Cristianismo não é fácil, mas aceita de bom grado a disciplina e bênção do descanso e culto no Dia do Senhor. A fé verdadeira fica feliz de passar tempo com Deus. Aprecia muitíssimo a hora para devoção, aprendizagem e serviço cristão. Não busca terminar logo o culto, mas procura seguir o modelo revelado de um dia com Deus.
Os evangélicos, com relação ao culto, doutrina e vida, vêm se tornando minimalistas. São pessoas demais perguntando: Qual é o mínimo que posso fazer e qual é a maneira mais fácil de fazê-lo para que eu seja um discípulo de Jesus Cristo? Os evangélicos precisam se lembrar – em primeiro lugar – da Grande Comissão (Mt 28.18-20). Aí Jesus declara o que é o verdadeiro discipulado. Tem uma dimensão doutrinária: Os discípulos devem reconhecer Jesus como possuidor de toda a autoridade no céu e na terra. Tem uma dimensão de culto: Os discípulos devem ser batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Tem uma dimensão de vida: Os discípulos devem obedecer a tudo o que Deus mandou. Os evangélicos precisam captar de novo a plenitude da religião bíblica.

REFORMA HOJE – UMA CONVOCAÇÃO FEITA PELOS EVANGÉLICOS CONFESSIONAIS
James Boice, Gene Edward Veith, Michael Horton, Sinclair Ferguson Etc
Editora Cultura Cristã
Reproduzido com Autorização.