quarta-feira, 6 de outubro de 2010

“ESTÁ AMARRADO EM NOME DE JESUS!”



por Isaltino Gomes Coelho Filho

Tenho ouvido e lido muito a frase "Está amarrado em nome de Jesus!". E me indago: "De onde saiu esta idéia?".
Cada vez mais as pessoas ouvem conceitos e os repetem sem análise. Um grupo de pastores não batistas me convidou para lhes falar sobre pregação, numa manhã. Lá fui.
Discutiram depois sobre o aniversário da sua cidade e decidiram pedir ao Prefeito uma oportunidade para os evangélicos na ocasião. Solicitariam que todo o trânsito fosse parado, cessada toda a movimentação, e fariam uma oração, amarrando Satanás naquela cidade e declarando-a possessão do Senhor Jesus. Afinal, a palavra tem poder e a vitória devia ser declarada. Foi um alarido de concordância geral. Como visitante, timidamente, fiz uma pergunta a um deles: "Depois que vocês declararem Satanás amarrado nesta cidade e a declararem como sendo do Senhor Jesus, isso acontecerá realmente?". "Sim!", respondeu-me ele, titubeando. "Não haverá mais crimes, nem roubos, nem prostituição, nem drogas na cidade? Vocês podem afirmar isso?", retornei. Foi constrangedor. Como não podia afirmar, o colega preferiu me achar incrédulo e pensar que tinham feito um mau negócio convidando um preletor batista tradicional. Foi uma saída melhor do que pensar. Aliás, pensar é problemático. Repetir chavão da moda é bem melhor.
Amarra-se Satanás com uma frase? Quem disse isto? Qual a base bíblica para esta declaração tão revolucionária? Porque, se verdadeira for esta interpretação, podemos amarrá-lo para sempre! Adeus, penitenciárias, crimes, pecados! Traremos o céu para a terra com uma simples declaração! Nem o próprio Jesus fez isso!
Tal idéia deve vir de Mateus 12.29 e Marcos 3.27 (deixo de lado Apocalipse 20.2 cuja análise não comporta aqui). Os dois textos tratam do mesmo evento. Lucas 11.17-23 também narra o episódio, mas omite a declaração de Mateus e Marcos: "amarrar o valente". Convenhamos: a base é muito precária para estabelecer uma doutrina e uma prática tão revolucionárias.
Jesus havia feito uma série de curas, conforme Marcos. A que mais impressiona Mateus é a do endemoninhado cego e mudo. Era o cúmulo da desgraça: não ver e não falar, além de ter demônios. Jesus o curou. Atônitos, sem ter o que dizer, os fariseus o acusaram de agir por Belzebu, divindade cananéia, cujo nome significa "Baal, o príncipe". Esta definição do nome Belzebu fica bem clara em Marcos 3.22. Para os fariseus, Jesus não estava agindo nem mesmo por um demônio conhecido, mas por divindades estrangeiras.

A resposta de Jesus, como sempre, é admirável. Se ele estivesse mancomunado com Satanás ou Belzebu (uma "divindade" pagã, para ele, é demoníaca) seria um caso de guerra civil. Satanás estaria contra Satanás. Seria uma casa dividida e uma casa dividida não subsiste. Mas ele veio pelo Espírito de Deus e com ele irrompeu o reino de Deus (Mateus 12.28). Jesus entrou num mundo dominado pelo maligno (1 João 5.19) e estabeleceu seu reino. Ele veio para libertar os oprimidos do Diabo (Atos 10.38) e destruir as obras de Satanás (1 João 3.8). Veio ao terreno dominado pelo inimigo, adentrou seus domínios e abalou seu poder. Isso é como entrar na casa do valente, amarrá-lo e tomar seus bens.
Para alguns comentaristas, os bens são as pessoas dominadas por ele. Broadus pensa que se refira aos demônios dirigidos por ele e sobre quem Jesus mostrava poder. Talvez os contornos da declaração de Jesus não sejam relevantes. Parece-me haver aqui uma metáfora de um só sentido, em que as particularidades não contam. O que importa é isto: há um homem forte que tem bens. É Satanás. Um mais forte que ele, Jesus, invade seus domínios e o vence. A vitória de Jesus no deserto (Mateus 4.1-10) mostra sua superioridade sobre Satanás.
É aqui que surge a expressão "amarrar o valente" (Mateus 12.29 e Marcos 3.27). Jesus fez isso. Ele limitou o poder de Satanás. Mas atenção: em lugar algum a Bíblia diz que os crentes amarram Satanás. Isso foi obra de Jesus ao irromper na história com seu reino, abalando o poder do inimigo. Crentes não amarram Satanás. A Bíblia não traz um versículo sequer dizendo que com uma simples declaração conseguimos esta proeza. É muito simplismo e pretensão de algumas pessoas presumirem que suas palavras amarram Satanás.

Levanto algumas considerações para pensarem:

1a) Por que o amarram em cada culto? Ou fica amarrado para sempre ou alguém o solta! Quem o solta depois que ele é amarrado?

2a) Se ele está amarrado, quem está agindo? É impossível deixar de reconhecer que ele está solto, agindo neste mundo.

3a) Jesus estava sendo literal? Devemos tomar a expressão como algo literal e dar-lhe um sentido universal, aplicável a todos os crentes, num sentido que Jesus não deu? Ou estava usando uma linguagem em figura para dizer que não tinha ligação alguma com Satanás, que eram adversários e que ele tinha vindo para destruir o Maligno? O próprio Jesus, que veio para amarrá-lo, foi tentado por ele (Mateus 4.1-10 e 16.23). Paulo nos adverte que é contra ele e seus asseclas que temos que lutar (Efésios 6.12). E nos aconselha a nos aparelharmos para a luta (Efésios 6.13-18). O quadro é de luta e não deste simplismo de deixar o inimigo amarrado com uma palavra.

4a) Qual a base bíblica para esta afirmação? É isto que não consigo entender: como práticas que resvalam para doutrina são estabelecidas em nosso meio, apenas com tintura bíblica, mas sem embasamento? Afinal, Paulo nos aconselha a lutarmos contra ele, em vez de amarrá-lo. Tiago 4.8 e 1 Pedro 5.9 nos aconselham a resistirmos ao Diabo, em vez de amarrá-lo. Por que a Bíblia não deixa bem claro, se é possível isso, que o amarremos com uma frase de efeito?

5a) Não será uma estratégia do próprio inimigo disseminar em nosso meio a idéia de sua fraqueza e que é fácil vencê-lo? Não será seu interesse que os crentes pensem que uma frase feita o impeça de agir e assim nos descuidemos de nossa vigilância?
Sugeri certa vez, numa comissão doutrinária, que um semestre de Doutrina do Espírito Santo fosse incluído no currículo teológico. A terceira pessoa da Trindade ainda é pouco estudada em nosso meio, por isso tantos desvios doutrinários envolvendo-a. Creio que precisamos estudar também sobre o Diabo. Na realidade, precisamos estudar mais séria e criteriosamente a Bíblia. Fugir das novidades e "grifes" evangélicas que pululam aqui e acolá, das "descobertas" de cada dia, obra de pessoas que diariamente "redescobrem" o evangelho que jamais alguém viu em dois mil anos de cristianismo, e firmar-nos na doutrina equilibrada da Palavra de Deus. Amarremos o espírito novidadeiro, o espírito ateniense (Atos 17.21) que há em alguns (por favor, "espírito", aqui, é linguagem figurada). Isso será bom. Haverá um pouco mais de paz doutrinária no meio das igrejas. Em outras palavras: dá pra parar de inventar?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DEUS LEVANTA OS CAÍDOS



...embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Ef 6.16

A exortação do Filho de Deus é que corremos perigo em pôr nossas ambições, interesses e esperanças nesta vida. “Pois onde estiver o seu tesouro, aí estará o seu coração” (Lc 12:24). A recomendação bíblica é evitar coisas que tenham por centro e alvo apenas este mundo; ou seja, interesses puramente mundanos. Não poucas vezes nos tornamos culpados de sérios e tristes lapsos em nossa vida espiritual. E por causa dessas coisas nos deixamos tentar por “status” vazios. Inflamos como um “João bobo”, um boneco de plástico cheio de ar, empurrados de um lado para o outro, mas, pela graça não caímos totalmente.

Se não mantivermos a guarda e a vigilância aos perigos da vida espiritual, rapidamente iremos declinar. Muitas vezes, como regenerados, estamos expostos a inúmeros inimigos, e nossa fé – como bem definiram os teólogos de Westminster: “pode ser muitas vezes e de diversas formas assaltada e enfraquecida, mas que logra vitória” (XIV,§III) – Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça... (Lc 22.31,32).

Reconhecemos que o único alvo consiste em agradar a Deus, trabalhando para a Sua honra e glória, mas somos fracos. Super-crentes é ficção. Não nos iludamos! Todos nós estamos expostos as múltiplas investidas do pecado e do Maligno, porém, mesmo que venhamos a sentir que somos terrivelmente inúteis como servos de Deus, lembremo-nos que o nosso Deus levanta os caídos. “...porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus? (1João 5.4,5)

Raniere Menezes

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A CONTRIBUIÇÃO QUE GLORIFICA A DEUS

Autor: Rev. Hernandes Dias Lopes

É conhecida a expressão “contribua de acordo com a sua renda para que Deus não torne a sua renda de acordo com a sua contribuição”. A contribuição com a obra de Deus e a oferta aos pobres e necessitados é uma prática bíblica inquestionável. Infelizmente, vivemos hoje dois extremos nesta questão: aqueles que ultrapassam os limites das Escrituras e gananciosa e astuciosamente arrancam o último vintém dos incautos, mercadejando a Palavra de Deus e vendendo no balcão da fé a sua graça e aqueles que amam mais o dinheiro do que a Deus e fecham o coração e o bolso, negligenciando a graça da contribuição, sendo infiéis na mordomia dos bens.

A devolução dos dízimos é um ensino bíblico insofismável, presente antes da lei, durante e lei e depois da lei. A contribuição pessoal, voluntária, generosa, sistemática e alegre está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento.

O rei Davi ofereceu-nos alguns princípios importantes sobre a contribuição que glorifica a Deus, quando se preparava para a construção do templo de Jerusalém. Vejamos:

1. Devemos contribuir porque a obra de Deus a ser realizada é muito grande – 1 Cr 29:1
Davi disse: “... esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o Senhor Deus”. Davi estava construindo o templo e o palácio. Queria fazer o melhor e dar o melhor para Deus. Tudo o que fazia não era pensando nos homens, mas em Deus. Igualmente, a igreja está realizando uma grande obra: não apenas na construção e ampliação de templos, mas na expansão do Reino de Deus. Há templos a serem construídos, igrejas a serem plantadas, pessoas necessitadas a serem assistidas, missionários a serem enviados, muito terreno a ser conquistado aqui e além fronteira.

2. Devemos contribuir com liberalidade porque Deus merece o melhor – 1 Cr 29:2
Davi, com todas as suas forças preparou para a Casa de Deus, em abundância, aquilo que existia de melhor. Deus é dono de tudo. Tudo o que temos vem das suas mãos. Tudo o que damos, também procede de suas dadivosas mãos. Ele é Deus de primícias. Ele merece o melhor e não as sobras. As coisas de Deus precisam ser feitas com excelência. Não podemos ofertar a Deus com usura, pois ele não nos dá suas bênçãos por medida. Ao ofertar ao Senhor, devemos colocar aí o nosso coração e a nossa força.

3. Devemos contribuir motivados por grande amor a Deus e a sua obra – 1 Cr 29:3
Davi não apenas recolheu ofertas dos outros, mas ele pessoalmente, deu para a Casa do seu Deus o ouro e a prata particulares que tinha. E fez isso, porque amava a Casa do seu Deus. Quem ama dá. Quem ama é pródigo em ofertar. Nosso amor por Deus não passa de palavrório vazio se não ofertamos ao Senhor com generosidade. Nossa contribuição, ainda que sacrificial, não tem valor diante de Deus, se não é motivada pelo nosso amor ao Senhor e a sua obra. O apóstolo Paulo diz que ainda que entreguemos todos os nossos bens para os pobres, se não tivermos amor, nada disso aproveitará.

4. Devemos contribuir espontaneamente motivados pela alegria de Deus – 1 Cr 29:5-9
A contribuição é uma graça que Deus nos dá. É um privilégio ser cooperador com Deus na sua obra. O ato de contribuir é uma expressão de culto e adoração. Deus ama a quem dá com alegria. A voluntariedade e a alegria são ingredientes indispensáveis no ato de contribuir. Davi perguntou ao povo: “Quem está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao Senhor?... O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao Senhor; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo” (1 Cr 19:5,9). Devemos vir ao gazofilácio para ofertar, exultando de alegria e não com tristeza.

5. Devemos contribuir conscientes de que Deus é dono de tudo e que tudo deve ser feito para a sua glória – 1 Cr 29:10-22
O resultado da alegre, generosa e abundante oferta do rei e do povo foi a manifestação da glória de Deus. Davi louvou a Deus pela sua glória, poder e riqueza, reconhecendo que as ofertas que deram tinham vindo do próprio Deus. O povo adorou a Deus e houve grande regozijo. O maior propósito da nossa contribuição deve ser a manifestação da glória de Deus. O Senhor é mais glorificado em nós quanto mais nos deleitamos nele. Que tudo o que somos e temos esteja a serviço de Deus e seja um tributo de glória a Deus. Que os bens que Deus nos deu estejam no altar de Deus a serviço a Deus.

Rev. Hernande

CARACTERISTICAS DO HOMEM ESPIRITUAL



A. W. TOZER


A luz do padrão bíblico, as características do homem espiritual são as seguintes:

1) Aquele que deseja ser santo, antes de ser feliz;
2) Aquele que luta para ver a honra de Deus promovida através da sua vida, mesmo que isto signifique para si, desonra ou perda temporária;
3) Aquele que deseja levar a sua cruz dia a dia;
4) Aquele que olha todas as coisas do ponto de vista de Deus;
5) Aquele que deseja morrer com retidão antes de viver no erro;
6) Aquele que deseja ver outros progrediram às suas custas;
7) Aquele que julga tudo segundo a eternidade.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Culto que Não Cultua a Deus

por
Pr. José Santana Dória

Por vezes pensamos que não há nenhuma dificuldade ou problema com respeito à liturgia utilizada nos cultos dos nossos dias, pois achamos que tudo aquilo que se está oferecendo a Deus, Ele aceitará, desde que seja feito com sinceridade e zelo. Este falso entendimento mostra que somos uma geração ignorante quanto a forma bíblica de cultuar a Deus.

Não nos ocorre que Deus estabeleceu para o culto coisas que lhe agradam, e explicitou outras que não lhe agradam. Portanto, se quisermos que nosso culto seja aceitável precisamos submetê-lo a revelação divina. Se a Palavra de Deus aprovar, podemos ficar tranqüilos e perseverar em nossa atitude. No entanto, se ela desaprovar, humildemente devemos reconhecer diante de Deus o nosso erro e retornar ao princípio bíblico que Deus estabeleceu. Ele espera isso de todos nós.

Não podemos esquecer, que mesmo quando o verdadeiro Deus é adorado, podem existir problemas que tornam está adoração desagradável e mesmo inaceitável para Ele. Isto é o que podemos chamar de “cultuar de forma errada o Deus verdadeiro ou praticar o culto que não cultua a Deus”. Existem formas de culto que em vez de agradar a Deus o entristece: “as vossas solenidades, a minha alma aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer” (Is.1:14).De acordo com Isaías 1:10-17, a maior queixa contra o povo é que este desobedecia continua e abertamente ao Senhor, mas continuava a lhe oferecer sacrifícios e ofertas, cultuando como se nada tivesse acontecido, como se fosse o povo mais santo da terra. Deus diz que aquilo era abominável (v.13), porque ele não podia “suportar a iniqüidade associada ao ajuntamento solene”.

O povo vinha até a presença de Deus, cultuava mas não mudava de vida. Apresentava-se diante de Deus coberto de pecados e sem arrependimento, pensando, talvez, que bastava cumprir os rituais e tudo estaria resolvido. Esse povo aparentemente participava com animação de todos os trabalhos religiosos, fossem festas, convocações, solenidades etc. E ainda era um povo muito dado à oração. Uma oração altamente emotiva, pois eles “estendiam as mãos” e “multiplicavam as orações” (v.15). Mas Deus disse que em hipótese alguma ouviria, pois eram mãos contaminadas e , certamente, orações vazias. Eram hipócritas.

O culto hipócrita que foi denunciado era causado pelo apego a mera formalidade, aos ritos, sem correspondência interior. Por fora tudo estava correto, mas interiormente essas ações litúrgicas não eram expressões de um coração agradecido. Era por essa razão que aquele culto se tornava uma coisa abominável ao Senhor. Assim o Senhor condenou o povo de Israel pela boca do profeta Isaías, dizendo: “este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu...” (Is.29:13). Ou seja, o que está nos lábios é correto, mas as motivações do coração são erradas. No fundo, todas essas expressões hipócritas não passam de atos mecânicos. São invenções humanas que não se importam com a vontade de Deus. O resultado final, é que o formalismo, associado à corrupção doutrinária, produzira um tremendo desvio do Senhor e um afastamento do verdadeiro culto que devemos a Deus. Infelizmente, esse é o tipo de culto que temos atualmente em grande parte das igrejas cristãs, um culto mecânico que desonra Deus, pois, não demonstra amá-Lo de todo coração, de toda alma, com todas as forças e com todo entendimento (Lc.10:27). Com propriedade, podemos dizer que esse é um culto que não cultua a Deus.

Jamais podemos nos esquecer que qualquer tipo de adoração não serve para Deus. Há maneiras corretas e outras erradas de se adorar a Deus. Convém aprender a maneira correta. Um culto oferecido a Deus de forma hipócrita, sem honrar a palavra, que perverte o uso dos elementos de culto, que é feito de forma mecânica, que não oferece o melhor ou que não vem acompanhado de uma vida santa, não pode agradar a Deus, NEM PODE SER CHAMADO DE UM CULTO QUE CULTUA A DEUS.

Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Precisamos evitar procedimentos e costumes que inventamos, por melhores, mais atrativos e práticos que pareçam. Mas a questão final é: onde podemos descobrir a forma de culto que realmente agrada a Deus? A resposta é que esta forma de culto que cultua a Deus, esta na Sua Palavra. A Bíblia é nossa regra de fé e prática, somente nela podemos encontrar o ensino confiável para entendermos o que agrada a Deus. Se a desprezarmos e confiarmos em nossas técnicas modernas, certamente não estaremos honrando aquele que a inspirou e nos entregou para que fosse o meio pelo qual teríamos conhecimento dele.

A Confissão de Fé de Westminster no Capítulo 21, parágrafo 1, diz: “...a maneira aceitável de se cultuar o Deus verdadeiro é aquela instituída por Ele mesmo, e que está bem delimitada por Sua própria vontade revelada, para que Deus não seja adorado de acordo com as imaginações e invenções humanas, nem com as sugestões de Satanás, nem por meio de qualquer representação visível ou qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras.”

Portanto, podemos concluir afirmando, sem medo de errar, que todas as práticas absurdas encontradas nos cultos dos nossos dias, tais como: palmas para Jesus, apelos, danças, gargalhadas santas, cair no espírito, cuspe santo, cânticos em línguas, urros, amarrar, desamarrar, representações teatrais, curas, libertações, interromper o culto para cumprimentar os irmãos ou visitantes, luzes coloridas...etc se originaram de pessoas que não se deixaram guiar pela Bíblia, mas antes foram atrás de seus próprios raciocínios e de sua própria vontade (praticam o culto da vontade, onde a adoração é uma questão de gosto e conveniência). Se quisermos agradar a Deus nunca podemos negligenciar a Bíblia. A Palavra de Deus é a verdade (Jo.17:17) e obedecê-la é o melhor culto que poderíamos oferecer ao Senhor.

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http://www.monergismo.com/

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Os perigos de uma falsa adoração


Rev. Paulo Brasil
Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte em
Recife-PE. Mestre em Antigo Testamento pelo Centro Presbiteriano
de Pós Graduação Andrew Jumper em São Paulo-SP. Doutorando
em Antigo Testamento pelo GPTS- Greenville Presbyterian
Theological Seminary. Ensinou Hebraico e Exegese do Antigo
Testamento no SPN e no STNe-Seminário teológico do Nordeste
em Teresina-PI.

Os perigos de uma falsa adoração


Rev. Paulo Brasil
Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte em
Recife-PE. Mestre em Antigo Testamento pelo Centro Presbiteriano
de Pós Graduação Andrew Jumper em São Paulo-SP. Doutorando
em Antigo Testamento pelo GPTS- Greenville Presbyterian
Theological Seminary. Ensinou Hebraico e Exegese do Antigo
Testamento no SPN e no STNe-Seminário teológico do Nordeste
em Teresina-PI.

sábado, 3 de julho de 2010

Falso profeta usa orkut para enganar



O povo se perde por falta de conhecimento.
O que essa "igreja" busca? Adivinhadores?
Fico indignado com pilantras desse tipo!
Imagino o que Deus tem reservado para ele!
Oremos para que Deus extermine esse tipo de manipulador do meio da igreja!

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Batismo Reformado

por

Rev. Sandro Bussinger Sampaio


Introdução

É ponto de concórdia entre a esmagadora maioria das igrejas genuinamente evangélicas que o batismo é um rito que não salva, isto é, não gera e nem produz a salvação no batizando; é também ponto comum que o uso do elemento externo - a água, e o nome da Trindade Santíssima são essenciais para o batismo cristão. Também é de comum acordo que o ministro do evangelho, o pastor, é quem ordinariamente administra tal sacramento. Entretanto, existem alguns pontos ensinados entre a maior parte dos evangélicos que não condizem com a verdade. A maioria das igrejas evangélicas, bem como diversas seitas, só aceitam o batismo por imersão total do corpo do batizando em água e negam este sacramento às crianças antes da idade da razão. Embora estas duas atitudes sejam erradas, grande parte do povo evangélico crê nestes ensinos como verdades absolutas e inquestionáveis.

O objetivo desta obra não é de ser um tratado para doutos teólogos, mas é de ser um manual simples e claro para o esclarecimento de qualquer membro leigo ou estudioso interessado na verdade do evangelho.

Aqueles que negam o batismo infantil (antipedobatistas) e exigem a imersão como única forma válida de batismo, causam mágoas e divisões no Corpo de Cristo por causa de assunto secundário. Por isso queremos deixar claro que o nosso objetivo não é contender, debater e nem responder a quem quer que seja, nosso objetivo é esclarecer aquelas mentes sinceras que indagam o por quê de sermos aspercionistas, ao contrário da maioria, e o por quê de sermos, da mesma forma, pedobatistas (favoráveis ao batismo infantil).

Trataremos o assunto da seguinte forma: 1. Por que aceitamos como válido o batismo por aspersão? 2. Por que aceitamos o batismo infantil? Analisaremos estes assuntos à luz da Bíblia e da História. Oferecemos também o argumento do apóstolo Pedro, que é retomado historicamente por Lutero. depois concluiremos à luz das evidências apresentadas.

É nosso desejo que o Deus Todo-Poderoso livre-nos de todo preconceito, abra nossas mentes e nos fale por Sua Palavra. Boa Leitura e que Deus o abençoe.



Capítulo 01
Por Que Aceitamos como Válido o Batismo por Aspersão ?



a) Por uma questão hermenêutica - Todos os que estudam hermenêutica (a arte de interpretar textos, no caso, bíblicos) sabem que não se pode fazer doutrina em cima de exemplos, ao contrário, só se tem doutrina segura em cima de declarações diretas e ordens. Não existe nem ordem e nem declaração de Nosso Senhor Jesus Cristo e nem dos santos apóstolos exigindo a imersão, portanto qualquer forma de aplicar a água no batismo é válida.

b) Por uma questão exegética - Dizem os imersionistas que a palavra grega “baptizo” (batismo em português) significa EXCLUSIVAMENTE “imergir, mergulhar”. Isto, além de não ser verdade, é uma afronta a qualquer estudioso do Novo Testamento que se demore um pouco mais sobre o texto original. Citaremos aqui pelo menos três exemplos bíblicos onde ‘batismo’ significa “derramar ou aspergir”, a saber: 1) Mateus 3.11 - “ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”, no cumprimento desta promessa vemos o Espírito Santo sendo derramado sobre as pessoas (Atos 2.3; Joel 2.28), ninguém foi mergulhado no Espírito, mas o Espírito desceu sobre eles, logo, aqui a palavra ‘batismo’ significa ‘derramar’. 2) Marcos 7.4 - a expressão “lavar” neste texto, é, no grego, ‘batismo’, e esta lavagem ritual judaica era feita vertendo-se água, derramando-a nos utensílios (Nm 8. 5-7) ou nas pessoas (Ez 36.25). 3) Hebreus 9.10 - a expressão “abluções” deste texto, é em grego ‘batismos’, e tais abluções eram aspersões no Antigo Testamento (Ex 29.21). É importante notar que muitas autoridades sérias, mesmo imersionistas, reconhecem a validade deste nosso argumento. A igreja adventista, que é um grupo imersionista, em seu livro oficial de doutrinas “Nisto Cremos” - 2A. edição, na página 253 afirma: “Em o Novo Testamento, o verbo batizar é utilizado 1) para referir-se ao batismo em água...; 2) como metáfora do sofrimento e morte de Cristo...; 3) em relação à vinda do Espírito Santo...; e 4) para abluções ou rituais de lavagem das mãos...” Assim também temos o testemunho de E. B. Fairfield, que tinha como incumbência fazer um trabalho onde ficasse provado que ‘batismo’ significa sempre ‘imersão’ e após profunda exegese bíblica declarou: “Mês após mês, durante mais de dois anos, lutei para manter a minha posição antiga, mas foi inútil. Surgiram contra mim fatos duros e sólidos. Tendo estudado a questão de ambos os lados, convenci-me do meu erro. Imersão não era o único batismo”. Temos ainda o testemunho do “Léxico do Novo Testamento Grego/Português”, páginas 40 e 41 que define “baptizo” como ‘mergulhar, imergir, lavagens rituais judaicas, lavar as mãos’, define também “baptismos” como ‘ablução, lavagem cerimonial, batismo’ e por fim define “bapto” como ‘molhar, embeber, salpicar’, o que é perfeitamente próprio para a aspersão. Finalizando esta questão exegética quero citar a definição de “Batismo” do Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, página 163: “Sacramento da igreja, que consiste materialmente em lançar água sobre a cabeça do neófito; ablução; imersão”. Assim sendo, se a palavra BAPTIZO pode significar também “aspergir”, “derramar”, eu posso batizar uma pessoa por aspersão ou derramamento.

c) Por uma questão contextual - Existem alguns casos de batismos na Bíblia onde a imersão seria impraticável, por exemplo: 1) Atos 2.41 - Três mil batizados em um só dia, na desértica Palestina, contando a igreja com apenas doze oficiais (os apóstolos), seria uma impossibilidade física (250 convertidos por oficial batizante), impossibilidade geográfica (pois a Palestina é carente de água) e impossibilidade lógica (pois os judeus não permitiriam o uso dos grandes rios de Israel para o batismo cristão de milhares de ex-adeptos do judaísmo). Levemos ainda em conta que este fato se deu em Jerusalém, cidade que não é cortada por rio algum, e o mesmo texto não fala e nem insinua o deslocamento das pessoas que foram batizadas. 2) Atos 9.17,18 - Saulo, mais tarde Paulo, que foi espetacularmente convertido a Cristo, ficou durante três dias cego e em jejum; logo estava fisicamente fraco. Quando Ananias lhe impôs as mãos e orou por ele, Paulo recuperou a visão, ficou em pé e foi batizado (veja toda a história em Atos 9.1-18). Nada indica que procuraram um rio para imergi-lo, pois era fisicamente impossível. Ele foi batizado de pé - como fazem os aspercionistas, e só depois se alimentou (Atos 9.19) para restabelecer suas forças físicas. 3) Atos 16.33 - O carcereiro de Filipos foi batizado de madrugada, após um terremoto, como não havia luz elétrica era impossível procurar um rio naquelas condições e se houvesse qualquer tanque na prisão provavelmente não sobreviveria ao terremoto, a imersão era ali impraticável. O pastor batista, portanto imersionista, Tácito da Gama Leite Filho, em seu livro “Seitas Proféticas”, na página 108, reconhece o fato: “O carcereiro de Filipos e seus familiares certamente não foram batizados num rio, pois era de madrugada e as portas da cidade estavam fechadas”; em assim sendo não poderia haver ali imersão.

d) Por uma questão simbológica - Como sabemos o batismo é um símbolo, no dizer de Santo Agostinho: “é um sinal visível de uma graça invisível”, e a aspersão preenche melhor as características deste simbolismo. O que, então, o batismo simboliza? O batismo com água simboliza o batismo com o Espírito Santo (Mateus 3.11; Atos 2.3) e a purificação dos nossos pecados em Cristo (Tito 3.5,6) ambos em forma de derramamento, isto é aspersão.

e) Por uma questão histórica - Diz-nos o Dr. C. I. Scofield: “Desde cedo na história da Igreja tem havido três diferentes modos de batismo: aspersão (borrifamento); afusão (derramamento) e imersão (mergulhamento)”. Se sempre houve as três formas, é porque são elas igualmente válidas. Além disto, tanto Flávio Josefo (cerca de 50 AD) como o Filho de Sirach (cerca de 200 AC) entendiam o batismo como sendo uma purificação por aspersão, o que nos mostra bem o conceito de ‘batismo’ entre os judeus nos três séculos ao redor da vida terrena de Jesus. Adicionalmente, o ‘Didaquê’, documento catequético datado de 100 AD, declara-nos abertamente em seu capítulo 7, verso 3: “Na falta de uma e de outra, derrame água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Vemos assim que a Igreja Primitiva usava também a aspersão como modo lícito de batismo, penso que isto é historicamente irrefutável.

f) Por uma questão prática - Esclarece o fato o Rev. Amos R. Binney: “O modo de imersão é desfavorável à prática universal, enquanto que os outros modos podem ser usados em qualquer lugar, em qualquer tempo ou estação do ano e a qualquer pessoa: na solidão do deserto, ou no meio da cidade apertada; ao lado do Jordão, na casa de Cornélio, na prisão de Filipos, na cruz do penitente, ou na cama do enfermo ou do moribundo. Além disso, o batismo pela afusão ou aspersão pode sempre realizar-se com decência, modéstia e segurança, o que não se pode dizer da imersão , como muitos poderiam testificar”.

g) Por uma questão de coerência - Quando o Senhor Jesus Cristo instituiu a Santa Ceia, fê-lo durante o jantar pascal judaico (Mateus 26.17-30). Segundo o rito judeu, Jesus tinha em suas mãos pão ásimo de tamanho normal (pois era um jantar) e vinho com teor alcoólico (haja visto alguns, em Corinto, se embriagarem - 1 Co 11.20-22). Enquanto comiam é que Jesus instituiu este sacramento (Mateus 26.26), que tinha originalmente, portanto, proporções de jantar (a palavra grega é “deipnon”, que era a mais abundante refeição do dia para os gregos). Hoje em dia, quase a unanimidade das igrejas evangélicas celebram a Ceia com minúsculos pedaços de pão (na maioria dos casos, fermentados) e suco de uva, o que demonstra claramente que a forma não implica na validade ou não do ato. Se como querem alguns, o batismo só é válido por imersão, pelo fato de, segundo eles, Jesus e outros terem sido assim batizados (sendo que há sérias dúvidas sobre isto), a Ceia só seria válida com pão ásimo, vinho alcoólico e em quantidade de refeição completa. Como sabemos que, no caso da ceia, ninguém exige a chamada ‘forma original’, por coerência não podemos exigir também o mesmo no batismo, se é que podemos determinar qual a ‘forma original’ do batismo cristão.

h) Por uma questão tipológica - Em 1 Pedro 3.20,21 as Escrituras nos dizem que o episódio do dilúvio e da arca de Noé é figura, ou seja, um tipo do batismo cristão. Se olharmos em Gênesis 7.13-24, veremos que a arca com os justos (que são os que devem receber o batismo) não foi imersa em água, ao contrário a água foi derramada, isto é aspergida do céu em forma de chuva e a arca flutuou sobre as águas da grande enchente. Somente os ímpios pereceram submersos. Preferimos o exemplo dos justos.

Refutando o erro

Com base em algumas passagens isoladas, e mal compreendidas da Bíblia, alguns querem afirmar que só a imersão é forma válida de batismo. Não vemos isto nas páginas sagradas, e, portanto, queremos refutar algumas interpretações no mínimo duvidosas: 1) Romanos 6.4 e Colossenses 2.12 - principalmente a expressão ‘sepultados com Cristo pelo batismo’. Aqui Paulo não fala de batismo com água; é uma expressão simbólica, como também são as expressões ‘plantados’ e ‘crucificados’, seria uma impossibilidade lógica tomá-las ao pé da letra, pois ser plantado com Cristo num tanque batismal é coisa demorada e de difícil execução, haja visto que Jesus não foi enterrado como fazemos hoje e sim colocado em uma caverna (Mateus 27.59,60) o que derruba o hipotético simbolismo imersionista. Nestes textos Paulo fala do batismo espiritual, ou seja, da união do crente com Cristo em realidades espirituais (Filipenses 3.10). 2) Mateus 3.6 - A expressão “no Jordão”, demonstra no caso apenas o lugar onde João Batista batizava e não a forma. Alguns entendem que por ele batizar em um rio (local) teria de batizar por imersão (forma). Nada mais ilógico e sem conexão de per si. Isto é um sofisma. 3)Atos 8.38,39 - A expressão ‘entraram’ e ‘saíram da água’, entendem alguns como o ato da imersão. Isto, além de ser hilário, é impossível, pois estas frases se aplicam tanto a Filipe como ao Eunuco, isto é batizador e batizando, foram os dois mergulhados no rio? 4) João 3.23 – Segundo os imersionistas, a expressão ‘porque havia ali muitas águas’ implica necessariamente imersão, pois somente ela exige muitas águas. Isso não é verdadeiro, principalmente quando se sabe que João batizava multidões diariamente (Lucas 3.7; Marcos 1.5; Mateus 3.5,6), o que seria impossível no rito imersionista. Portanto as “muitas águas” eram necessárias por causa da multidão e não da suposta imersão.

Pelo exposto até aqui, cremos e ensinamos que não é a forma que concede vitalidade ao batismo bíblico. Aceitamos como válidas todas as formas de batismo evangélico; o que rejeitamos é o exclusivismo "hidrólatra" de alguns, que, por motivo de somenos importância, abrem feridas dolorosas no Corpo de Cristo, separando os irmãos. Somos, portanto, contrários ao rebatismo de evangélicos e cremos que tanto a aspersão como a imersão ou a afusão são igualmente aceitáveis a Deus, sendo isto o que realmente importa.


Capítulo 02
Por Que Aceitamos o Batismo Infantil?



[Para fins de melhor compreensão deste assunto, quando usarmos a expressão “crianças”, estaremos falando de crianças antes da idade da razão e quando usarmos a expressão “adultos” estaremos falando de pessoas que já atingiram ou ultrapassaram a idade da razão, incluindo pré-adolescentes e adolescentes.] Assim sendo, passemos a questão proposta. Aceitamos o batismo infantil porque:

a) O Batismo é o Rito de Inserção no Povo de Deus - No Antigo Testamento, era-se inserido no povo do pacto pelo rito da circuncisão (Gênesis 17.9-14), que era realizado no bebê com oito dias de nascido (Gênesis 17.12). Paulo ensina que, no Novo Testamento, o batismo é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2.11,12). Logo, as crianças podem receber o batismo no Novo Testamento como recebiam a circuncisão no Antigo Testamento. Se Jesus tivesse retirado este privilégio delas, isto estaria explícito no Novo Testamento, o que não ocorre. As crianças continuam, portanto, a fazer parte do povo de Deus, e devem receber o sinal visível do pacto: o batismo.

b) Cristo mandou batizar as nações - Em Mateus 28.19 [‘Edição Revista e Corrigida’ da Imprensa Bíblica Brasileira (editora batista)], lemos: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (grifo nosso). O Senhor Jesus Cristo ordenou, aqui, que se batizassem as nações que a Ele se convertessem, logo isto inclui as crianças, pois fazem e sempre fizeram parte integrante das nações. Ninguém exclui os pequeninos do conceito “nação”. Isso é obvio nos recenseamentos; as crianças de uma nação são parte dela, e uma vez que todas as nações devem ser batizadas, elas também o devem.

c) A Bíblia Fala de Batismos de Famílias Inteiras - (Atos 16.15; Atos 16.33; 1 Coríntios 1.16). No ambiente judaico do Novo Testamento, é impossível dissociar as crianças menores do conceito “família” ou “casa”. Nos dias de hoje, agimos de igual modo: nossas crianças fazem parte da família; logo, se alguém foi batizado com sua família, com os seus ou com sua casa, inclui obrigatoriamente os menores, principalmente quando lembramos o fato da numerosidade de filhos que havia nas famílias mais antigas.

d) A Bíblia Narra Batismos Infantis - Em 1 Coríntios 10.1,2, as Escrituras dizem que os israelitas, ao saírem do Egito, foram batizados na nuvem e no mar, e o verso seis acrescenta: “estas cousas se tornaram exemplos para nós” (grifo nosso). Mas qual o exemplo? E quais israelitas receberam tal batismo? A Escritura responde: “Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar mulheres e crianças” (Êxodo 12.37 - grifo nosso). Portanto, as crianças também foram batizadas na nuvem e no mar, e, segundo a declaração paulina, é isto um exemplo para nós hoje (1 Coríntios 10.6).

e) Não Há Proibição Bíblica Para o Batismo Infantil - Como já vimos, o Senhor Jesus ordenou que batizássemos as nações, o que inclui os infantes, mas em lugar nenhum Jesus ou os apóstolos proibiram o batismo infantil; se não está proibido, mas outrossim ordenado, é porque não só pode como deve ser realizado batismos em crianças; afinal foi o Mestre quem disse: “Deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais” (Marcos 10.14).

f) A História Judaica Comprova a Prática do Batismo Infantil - Todos sabemos que tanto o batismo de João Batista, como o batismo cristão derivam-se do batismo dos prosélitos (convertidos) judeus, e, como passamos a demonstrar, o povo de Israel batizava o gentio que se convertia ao judaísmo, bem como seus filhos na infância. O Talmud Babilônico (coletânea histórico-teológica dos judeus) nos diz a este respeito: “Se os filhos e as filhas forem convertidos com um prosélito, então eles receberão o mesmo tratamento... Numa tal conversão exigi-se que estes prosélitos sejam batizados, mesmo na sua infância”. O grande teólogo judeu Maimônides escreveu e disse: “O israelita que adota uma pequena criança pagã, ou a achar abandonada, e a mandar batizar, com isto faz dela uma prosélita” (convertida). Fica assim suficientemente comprovado que tanto os antigos como os atuais judeus batizam crianças.

g) A História da Igreja Cristã Comprova a Prática do Batismo Infantil - 1) Justino, o mártir (89-166 d.C.) afirmava “Muitos cristãos, tanto homens como mulheres, que desde sua infância já se tornaram discípulos, ficaram solteiros e imaculados até a idade de sessenta anos”. Dizia também “O batismo é a circuncisão do Novo Testamento”. No grego, ele usa o mesmo verbo que Jesus usou em Mateus 28.19, ou seja estas pessoas foram feitas discípulos e batizadas na infância em plena era apostólica. 2) Orígenes de Alexandria (184-254 d.C.) dizia: “Segundo o costume da igreja, o batismo é aplicado às crianças pequenas”, e ensinava ainda: “Por esta razão, a igrejas, desde os tempos dos apóstolos, têm a tradição de batizar até crianças”. Falou também: “Crianças pequenas devem ser batizadas”. Isso mostra que os crentes do segundo e terceiro séculos preservavam a tradição ou costume apostólico de batizar crianças. 3) Tertuliano (200 d.C.) combateu o batismo infantil, o que prova que ele era amplamente praticado em seu tempo, disse ele: “Por causa da natureza, da disposição e também da idade das pessoas é muito mais proveitoso adiar o batismo; e este é, especialmente, o caso das crianças pequenas” (grifo nosso). Embora ele fosse contrário ao batismo infantil, ele reconhecia sua existência que na sua época era quase universal. 4) Cipriano (258 d. C.) declarou a Fido: “E assim, caríssimo irmão, foi a decisão final do nosso Concílio (em Cartago) que ninguém deveria ser impedido de ser batizado e, desta maneira, participar da graça de Deus, o qual é misericordioso, bom e fiel para com todos. Daí este divino propósito deve ser procurado para todos, e mui especialmente para crianças pequenas e recém nascidos”. Esta decisão foi tomada pelo Concílio de Cartago, em 254 d.C. Composto por 66 bispos, este concílio decidiu sobre se uma criança podia ou não ser batizada antes dos oito dias de vida, portanto ele não criou o batismo infantil, como maldosamente insinuam alguns, ele apenas resolveu uma questão sobre uma prática muito mais antiga, como já vimos. 5) Agostinho (354-430 d.C.) foi o maior dos doutores da igreja antiga e, em sua luta contra o pelagianismo, declarou: “Os pelagianos nunca ousaram negar o batismo infantil, porque eles sabem que, se o negassem, teriam contra si toda a igreja”. Depois ainda afirmou: “toda a igreja está praticando o batismo infantil” e disse que este uso foi “herdado dos apóstolos”. 6) Pelágio (330 d.C.) disse: “Nunca ouvi de um herético ímpio que tivesse afirmado que recém-nascidos não deveriam ser batizados”. (Isto porque ele não viveu no nosso século.) Assim vemos que a história favorece a prática do batismo infantil, não só as histórias judaica e cristã, mas o próprio texto bíblico nos leva para este caminho.

h) Os Filhos dos Crentes São Herdeiros do Pacto de Deus com Seu Povo - A Bíblia fala que os filhos dos crentes são santificados como herdeiros das promessas de Deus (1 Coríntios 7.14; Atos 3.25) e, portanto, são aptos para receberem o sinal visível desse pacto, a saber, o batismo (Atos 2.38,39). Pedro exorta àqueles que ingressaram pelo novo nascimento no reino de Deus a que se batizem e afirma que esta promessa - o pacto com Deus e seu sinal visível (o batismo) - são extensivos aos filhos dos crentes, por isso batizamos crianças. Veja novamente: Atos 2.38,29.

i) Precisamos ter Atitudes Coerentes - Muitas igrejas negam o batismo às crianças pequenas, e, entretanto, batizam “sob profissão de fé” menores de 5, 6 ou 7 anos. O pior é que essas igrejas, normalmente batistas, concedem a estes infantes de 5 anos direito a voto na Assembléia Geral da Igreja. Será isto correto? Pode um menino de cinco anos convidar ou exonerar um pastor? Vender ou adquirir um imóvel? Excluir ou admitir um outro membro? Como pode ele então votar em tais questões? Um batismo destes é batismo infantil, pois a profissão de fé de uma criança de cinco anos é no mínimo questionável. Por coerência, se eu posso batizar uma criança de cinco anos, sob profissão de fé suspeita (visto que, como disse um certo pastor batista: “tomar a profissão de fé de crianças é difícil, pois nem sempre elas sabem se expressar como nós”) posso também batizar uma criança de três ou dois anos, ou até de oito dias, pois em todos os casos o futuro espiritual destas crianças dependerá de sua formação cristã ou não. É muito mais coerente, batizá-la na infância e tomar-lhe a profissão de fé na idade da razão, como fazem os pedobatistas.

Refutando o Erro
A maioria daqueles que negam o batismo às crianças o fazem sob o argumento de que elas não podem exercer fé pessoal, e se apoiam em textos como: Marcos 16.16; Atos 2.41; Atos 8.12,37; Atos 16.31-33. O problema é que estes textos só se aplicam aos adultos e aí é que está o erro de interpretação destas pessoas. O Rev. Amos R. Binney explica a situação: “Que não se exige a fé nas crianças é evidente pelo fato de que a falta de verdadeira fé, que desqualifica uma pessoa para o batismo, também a exclui da salvação (Marcos 16.16; João 3.18,36)”. É obvio, portanto, que fé só se exige dos adultos, e as crianças, que são salvas sem uma decisão de fé pessoal, são da mesma forma batizadas. Aqueles adversários do batismo infantil que insistem em negar este sacramento aos pequeninos por falta de fé, terão de, pelo mesmo motivo, atirá-los ao inferno. É uma questão de lógica e hermenêutica. Você crê nisto?


Capítulo 03
O Argumento de Pedro


O apóstolo Pedro argumentou em favor do batismo dos gentios da seguinte forma: “Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10.47). Martinho Lutero retomou este argumento em prol do batismo de crianças dizendo que se Deus concede o Espírito Santo a quem é nesta idade batizado é porque Ele entende tal batismo como válido. Nós entendemos também que, se Deus concede o Espírito Santo aos que são batizados por aspersão e na infância é sinal que Ele aceita esta forma de batismo, ou na pior das hipóteses, Ele não leva isto em consideração.

Se Deus não se importa com isto, nós não devemos então nos separar, dividir e nos ofender mutuamente por coisa de somenos importância.

Discordamos da posição descaridosa do Pastor Enéas Tognini em classificar os não imersionistas de “desobedientes” (Eclesiologia - página 63). O cego de nascença a quem Jesus, curou nos ensina dizendo: “Sabemos que Deus não atende a pecadores, mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus e pratica a sua vontade, a este atende” (João 9.31). Se somos “desobedientes” de forma tão contumaz, como Deus nos concedeu o seu Espírito? Basta olhar para a história cristã e ver a benção que foram as vidas de Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglio, João Knox, João Wesley e tantos outros homens grandemente usados por Deus, todos eles batizados por aspersão e na infância.


Conclusão

À luz das evidências apresentadas, chegamos a algumas conclusões básicas:

1. O modo ou forma de se realizar o batismo não é de importância vital para o valor do sacramento; isto é, qualquer das três formas é válida e bíblica. Preferimos a aspersão por uma questão de praticidade e simbologia.

2. O importante no sacramento do batismo é que ele deve ser realizado em uma igreja genuinamente evangélica, em nome da Santíssima Trindade, ordinariamente realizado por um ministro do evangelho (pastor) e com o uso do elemento externo: água.

3. Não se justifica em hipótese nenhuma o rebatismo de alguém já batizado em outra igreja genuinamente evangélica (Efésios 4.5), independentemente da forma do batismo usado e da idade do batizando.

4. Os bebês e as crianças em qualquer idade são aptos a receberem o batismo como herdeiros da promessa que são (1 Coríntios 7.14).

5. Fé só é pré-requisito para adultos receberem o batismo, as crianças o recebem baseadas no pacto de Deus com seu povo.

Tendo exposto tudo isto, gostaríamos de deixar claro que nossas atitudes quanto ao batismo baseiam-se na Bíblia e não em tradições humanas. Escrevemos nossos argumentos com o intuito de esclarecer muitos irmãos que, sem conhecer nossas razões, gratuitamente nos atacam e por vezes nos negam até a destra da fraternidade cristã. Esperamos em Deus que estas atitudes em breve tempo terminem e possamos nos respeitar, mesmo aqueles que, sendo irmãos, descordem de nós.

Toda Glória somente a DEUS !


Apêndice 01
A Circuncisão de Cristo

A Bíblia Sagrada nos apresenta Deus como um ser absolutamente imutável, sábio, justo e bom. Apresenta-nos também o Todo-poderoso como zeloso por sua Palavra. Assim sendo, deparamo-nos com uma importante instituição divina que, por desconhecimento, preconceito, simplismo ou simplesmente para ‘ser diferente de’, tem sido negligenciada por muitos cristão, e em especial muitos evangélicos. Estou falando da circuncisão.

Em Gênesis 17.9-14, Deus firmou um pacto com Abraão, pelo qual a descendência deste seria escolhida entre as nações como povo peculiar do Senhor, e, como povo santo, todo menino que nascesse neste povo ou de alguma forma a ele aderisse receberia o sinal deste pacto. Recebê-lo-ia ao oitavo dia de vida e mais tarde, na idade da razão, este garoto de livre vontade confirmaria o pacto feito por seus pais na sua infância se tornando assim um “bar mitzvá” (do aramaico: filho do mandamento). O mais interessante é que este pacto é chamado nas Escrituras de “concerto perpétuo” (Gênesis 17.13), portanto este pacto não teria fim.

Em nenhum lugar do Novo Testamento, Jesus cancela este pacto, haja visto ser ele “perpétuo”. O Senhor e seus apóstolos somente lhe ampliaram o sentido, como fizeram com toda a lei. Agora ele não é mais nacional e masculino somente, ele é universal e geral. O apóstolo e rabino Paulo de Tarso nos explica que o batismo cristão é a circuncisão de Cristo (Colossenses 2.11,12), e Lucas nos esclarece que na nova aliança, esta circuncisão de Cristo aplica-se também às mulheres (Atos 8.12). Assim sendo, entendemos que grande número de evangélicos, ao negarem o batismo a seus filhinhos, estão lhe negando as bênçãos do pacto de Deus com Abraão, de quem somos filhos pela fé (Gálatas 3.29).

Cremos que é vontade de Deus entrar em pacto com todos os pequeninos de seu povo (1 Coríntios 7.14). Como fazia no Antigo Testamento, quer fazer agora, pois de uma maneira sobrenatural e miraculosa estes pequeninos crêem no Senhor (Mateus 18.6) e portanto são aptos para o batismo. Mais tarde, na idade da razão, assim como os garotos judeus, nossos filhos livremente, confirmarão o pacto através de sua pública profissão de fé (Romanos 10.9,10).

Em assim sendo, torna-se perigoso negar aos filhinhos as bênçãos batismais, com o risco de serem eles eliminados do povo do Senhor (Gênesis 17.14). Portanto, senhores pais apresentem seus filhos ao batismo, ministros incentivem seu povo a buscar a circuncisão de Cristo e o Senhor Jesus os abençoará.


Apêndice 02
Perguntas e Respostas Sobre o Batismo Bíblico

1. Por que os cristãos realizam o batismo ?

Porque Nosso Senhor Jesus Cristo o ordenou (Mateus 28.19 – “...fazei discípulos de todas as nações batizando-os...”), assim sendo o batismo não é facultativo mas obrigatório.


2. Qual o efeito do batismo ?

O batismo não salva e não lava pecados, ele é um símbolo do pacto feito entre DEUS e o Seu povo. Quem nos salva é a graça de Deus, mediante a fé em Cristo (Efésios 2.8,9) e o que lava os nossos pecados é somente o sangue de Jesus Cristo (1 João 1.7).


3. Por que compete exclusivamente ao pastor ministrar o sacramento do batismo?


Porque o apóstolo Paulo nos orienta a fazermos tudo com decência e ordem (1 Coríntios 14.40) e, sendo o pastor o presbítero que preside a igreja, (1 Timóteo 5.17) compete a ele celebrar tais ordenanças sagradas.


4. Por que alguns evangélicos batizam por aspersão enquanto outros preferem batizar por imersão ?

Por vários motivos. Entre eles podemos citar:

a) Não existe ordem ou mandamento bíblico obrigando-nos ao uso de uma ou outra forma. Exemplos, enquanto possam ser bons, não são fontes de doutrina. Alguns argumentam que a palavra grega BAPTIZO, que traduzimos em português por batismo, quer dizer sempre e em todo caso “mergulho”. Quem tal coisa afirma ou desconhece o idioma grego ou é profundamente tendencioso. Em Mateus 3.11 fala-se de batizar com o Espírito Santo, aqui esta palavra tem sentido de “derramar” como podemos ver em Joel 2.28-32 e Atos 2.3. Outro exemplo encontra-se em Marcos 7.3,4 onde a palavra ‘lavar’ é em grego “batismos”, tal lavagem era realizada pelo entornar de água sobre a mão ou utensílios. Um outro caso é o de Hebreus 9.10 onde aparece a palavra ‘abluções’ no original grego é “batismos” e tais abluções do Antigo Testamento as quais o autor de Hebreus estava se referindo eram “aspersões” (Ezequiel 36.25). Assim sendo, podemos deduzir que a palavra grega BAPTIZO pode significar tanto mergulhar, como derramar, aspergir ou lavar e, portanto, não se pode usar Mateus 28.19 para exigir-se a imersão, pois o Senhor ordenou-nos batizar e não disse a forma. Sem mandamento específico tudo mais é mera conjectura.

b) Como batizar com água simboliza, entre outras coisas, o batismo com o Espírito Santo (Mateus 3.11) e como este é realizado por derramamento (Atos 2.3; Joel 2.28-32), entendemos que também a água deve ser derramada por sobre o batizando.

c) Embora o batismo não salve, ele é obrigatório a todos os discípulos de Jesus (Mateus 28.19) e muitos não podem receber o batismo por imersão, haja visto o fato de estarem inválidos, adoentados, em idade avançada e outros motivos justos, ao contrário disto o batismo por aspersão pode sempre ser aplicado a todas as pessoas e em qualquer lugar.

d) Paulo nos orienta a decência e ordem no culto (1 Coríntios 14.40), em culto batismal aspercionista isto sempre é possível, já em culto batismal imersionista acontece por vezes fatos hilariantes e até constrangedores, o que não está de acordo com o espírito do cristianismo.

e) A Bíblia ensina que Paulo foi batizado em pé e dentro de um quarto, estando ele debilitado fisicamente; logo, não pode ele ter sido imerso em lugar nenhum, podendo no entanto ter sido aspergido com eficiência e segurança (Atos 9.1-19).

f) A Bíblia também nos mostra diversos batismos que não poderiam ter sido imersões, a saber: Os batismos ministrados por João Batista, inclusive o de Jesus, pois João batizava multidões diariamente (Lucas 3.7), o tornava impossível para um homem se utilizar da imersão, enquanto era plenamente viável a aspersão; outro caso é o dos três mil que os apóstolos batizaram dentro de Jerusalém (Atos 2.1-41). Como dentro de Jerusalém não passa rio e o texto não indica deslocamento de ninguém para outra parte, como poderiam eles terem sido imersos? Leve-se também em conta a oposição que os judeus certamente levantariam contra os apóstolos e os novos cristãos. Não há possibilidade de imersão de um tão grande número de pessoas, mas a aspersão é plausível e aceitável neste texto; um outro caso ainda é o do carcereiro de Filipos, que foi batizado na prisão ou em sua casa. Naquela época as casas não possuíam banheiro como hoje; como, então, realizar-se uma imersão durante a madrugada? A aspersão é lógica e provável (Atos 16.27-34).

g) Aspergir na Bíblia dá a idéia de purificar (Ezequiel 36.25; Tito 3.5,6) e este é um dos símbolos do batismo bíblico (1 João 1.7).

h) Alguns argumentam em favor da imersão com Romanos 6.3,4 e Colossenses 2.12, usando as expressões “sepultados com Cristo” ou outras semelhantes. Aqui, devemos entender que este texto não está falando de batismo com água, mas de batismo espiritual, ou seja, do novo nascimento, pois o batismo com água não produz a morte do velho homem e nem o novo nascimento, que é pela fé em Cristo; logo, os textos não apóiam a imersão, visto que não estão falando do rito do batismo com água.

i) Finalizando esta parte do estudo, gostaria de deixar claro que não são os aspercionistas que dividem o Corpo de Cristo por causa deste assunto, pois nós aceitamos qualquer batismo genuinamente evangélico, mas pela clareza das Escrituras realizamos os nossos batismos por aspersão.


5. Por que alguns evangélicos batizam bebês e criancinhas enquanto outros não o fazem ?
Por várias razões, das quais citaremos algumas a seguir:

a) Porque o batismo cristão é, segundo a Bíblia, a circuncisão de Cristo (Colossenses 2.11,12). A circuncisão foi estabelecida por Deus como sinal e selo do pacto entre Ele e Seu povo escolhido (Gênesis 17.9-14), e ela seria uma “aliança perpétua”. Aquilo que é perpétuo não acaba; portanto, a circuncisão tinha de permanecer mesmo no Novo Testamento. Ela, no entanto, permaneceu como o batismo, com uma única alteração, que é o fato de agora ela abranger também as mulheres (Atos 8.12). Em assim sendo, se a criança recebia a circuncisão ao oitavo dia de nascido (Gênesis 17.12) e esta aliança ainda está em vigor por ser perpétua, podemos circuncidar em Cristo, isto é batizar, também os nossos pequeninos.

b) Pedro diz que o batismo é para os pais crentes e também seus filhos (Atos 2.38,39), a palavra grega aqui para ‘filhos’ (technos) significa na verdade “filhinhos”, portanto também as criancinhas são herdeiras do pacto e, portanto, aptas a receber o sinal do mesmo – o batismo.

c) A Bíblia narra batismos de casas inteiras (Atos 16.15,33, por exemplo). Conhecendo o conceito de família na antiguidade, sabemos que, tanto entre os judeus como entre os gentios, incluíam-se os recém nascidos. Além disso, sabendo do grande número de filhos que estas famílias possuíam, é mais do que natural que nelas houvesse infantes que foram batizados com seus pais.

d) A Bíblia narra um caso claro de batismo infantil; Paulo declara que a passagem de Israel pelo mar vermelho foi seu batismo e declara que todos os que ali passaram foram assim batizados (1 Coríntios 10.1,2). Entre estes israelitas com certeza havia crianças (Êxodo 12.37); logo, também elas foram batizadas junto com seus pais. Paulo ainda nos ensina que isto foi um exemplo para nós, a igreja do Novo Testamento (1 Coríntios 10.11). Sigamos, portanto, o exemplo bíblico.

e) Como os judeus na antiga aliança circuncidavam suas crianças e o batismo substituiu a circuncisão, se as crianças não pudessem ser também batizadas na nova aliança, deveria haver uma proibição clara a este respeito no Novo Testamento, como não há, é porque continua vigorando a permissão do Antigo Testamento. (Há um princípio jurídico que diz que uma lei só pode ser revogada por outra lei).

f) Alguns argumentam com base de Marcos 16.16 e textos semelhantes que as crianças são excluídas do batismo por não exercitarem fé pessoal. Se isto é de fato assim, elas teriam de ser excluídas da salvação pelo mesmo motivo, e não são (Marcos 10.14). Concluímos, pois, que estes textos foram escritos para adultos e não incluem as crianças. Os adultos precisam de uma profissão de fé antes do batismo e a eles foi destinado estes versículos; isto não inclui crianças pois, caso contrário, seriam excluídas do céu, o que é um absurdo. Nossos oponentes aqui cometem um sério erro de hermenêutica: esquecem-se de ‘perguntar ao texto’ a quem ele se destina e qual o seu objetivo. É como pegar 2 Tessalonicenses 3.10 – “...se alguém não quer trabalhar, também não coma” e aplicá-lo a um bebê. Deveríamos então deixá-lo morrer de fome? Se seguirmos a interpretação de nossos outros irmãos parece-me que sim, mas nem eles mesmos fariam tamanha aberração. Então, porque usar dois pesos e duas medidas ?


6. Por que alguns evangélicos usam e outros não usam “padrinhos” no batismo infantil ?

O costume de usar padrinhos no batismo vem da Igreja antiga que em tempos de perseguição exigia que os candidatos ao batismo fossem apresentados por cristãos fiéis que declaravam ser o candidato um autêntico convertido ao cristianismo, pretendia-se com isso eliminar os falsos crentes, este costume perdurou pelos séculos e hoje os padrinhos funcionam basicamente como testemunhas do batismo (Jo 8.17); aqueles que não adotam padrinhos alegam que este costume é muito arraigado na mentalidade católica romana e para estabelecer a diferença não o adotam; particularmente entendemos tratar-se de um bom costume cristão, portanto, não pertencente a nenhuma denominação exclusivamente e assim pensamos que deve ser mantido.


7.Em nome de quem devemos ser batizados ?

O Senhor Jesus Cristo foi claro em sua ordem: “...em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28.19). Atualmente algumas seitas interpretando erradamente textos com Atos 19.5 e outros semelhantes afirmam que deve-se batizar em nome do Senhor Jesus, querendo agradá-lo acabam por desobedecê-lo. Quando a Bíblia fala em batizar em nome de uma pessoa, está dizendo batizar na religião ou grupo daquela pessoa (por exemplo: 1 Coríntios 1.13-15). Isto é apenas uma forma de falar usada pelos judeus antigos. Portanto, quem quer ser fiel a Jesus, deve ser batizado como ele mandou e não usando o nome dele em vão, para desobedecê-lo.


8. Em resumo, o que é essencial para haver um batismo bíblico válido ?

a) O batismo deve ser realizado por um ministro do evangelho (pastor), em uma igreja genuinamente evangélica.

b) O batismo deve usar o elemento externo água, independente da quantidade, da forma ou da idade do batizando.

c) O batismo deve ser feito em nome da Santíssima Trindade.


Apêndice 03
O Batismo Infantil

Vivemos em um tempo de absoluto individualismo egoísta, onde a família é completamente desvalorizada. Infelizmente essa nefasta influência tem chegado também ao campo da religião.

Não poucos grupos eclesiásticos exigem fé pessoal (leia-se racional) como pré-requisito ao batismo cristão. Até o século XVI a Igreja Cristã era quase que unânime em aprovar o batismo infantil, com pouquíssimas exceções. A partir dessa data, e com o surgimento do movimento anabatista veio também a inovação antipedobatista (que nega o batismo infantil).

Hoje, a maioria dos evangélicos nega o batismo as criancinhas afirmando que a “Bíblia” exige fé como requisito ao batismo e respaldam sua doutrina em textos como Mc 16.16, At 2.41 e At 8.36,37.

Raciocinemos, pois: se o único empecilho ao batismo infantil é a suposta falta de fé, então não há empecilho, pois Nosso Senhor Jesus Cristo declara textualmente que os “pequeninos crêem em mim” (Mt 18.6); logo, se o problema era fé já não o é mais e os pequeninos podem ser batizados licitamente.

Quando olhamos no original a palavra que Cristo usou, e foi registrada sob inspiração do Espírito Santo, em Mateus 18.6 que é “mikrôn” e conferimos o seu significado nos bons léxicos e dicionários descobrimos que ela significa além de “pequeninos” também “crianças”; logo, as crianças possuem uma fé em Cristo, que, embora não seja fé racional, é pessoal e salvífica, por isso os filhos dos crentes são chamados “santos” (1 Co 7.14). Esse termo é usado no Novo Testamento apenas para os salvos e membros da Igreja Cristã, e por isso Jesus declarou: “das tais é o reino do céu” (Mc 10.14).

Se uma criança não pudesse ser batizada por falta de fé, teria que, pelo mesmo motivo, ser condenada ao inferno (Mc 16.16), o que pela graça de Deus não ocorre. Logo, as crianças crêem em Cristo e são aptas para o batismo. Apresentemos, portanto, nossos filhinhos para o batismo cristão e assim Deus os abençoará e a nós também.


Bibliografia


BÍBLIA SAGRADA. Edição Revista e Corrigida. Imprensa Bíblica Brasileira. Rio de Janeiro. 1994.

BÍBLIA DE SCOFIELD COM REFERÊNCIAS. Brasil. s/d.

BINNEY, Amos R. Compêndio de Teologia. Editora Nazarena, Campinas, s/d.

ROTTMANN, Johannes H. Batismo de criança. Concórdia Editora, Porto Alegre, 2ª edição, 1982.

LEITE FILHO, Tácito Gama Seitas Proféticas JUERP, Rio de Janeiro, 4ª edição.

NISTO CREMOS Trad. Hélio L. Grellmann. Casa Publicadora Brasileira, Tatuí, 2ª edição, 1990.

GODOY, Ademar de Oliveira Prática Exegética Noções Elementares Casa Editora Presbiteriana, São Paulo, 1ª edição, 1990.

GINGRICH, F. W. e Danker, F. W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. Edições Vida Nova, São Paulo, 1ª edição, 1986.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 10ª edição, 1963.

FAIRFIELD, E. B. Cartas sobre o Batismo Imprensa Metodista, 1937.

TOGNINI, Enéas Eclesiologia Edições Convenção Batista Nacional, Brasília, 1A. edição, 1988.

DIDAQUÊ – extraído da Internet: www.mucheroni.hpg.ig.com.br



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Fonte: Textos da Reforma



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http://www.monergismo.com/

Batismo

por

Bíblia de Estudo de Genebra

Romanos 6:3: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?”.


O batismo cristão, que tem a forma de uma lavagem cerimonial (como o batismo pré-cristão de João Batista), é um sinal de Deus para significar purificação interior e remissão de pecado (At 22.16; 1Co 6.11; Ef 5.25-27), regeneração operada pelo Espírito e uma nova vida (Tt 3.5) e a permanente presença do Espírito Santo, como selo de Deus testificando e garantindo que aquele que o recebe está seguro em Cristo para sempre (1Co 12.13; Ef 1.13-14). Fundamentalmente, o batismo significa união com Cristo na sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-7; Cl 2.11-12), e essa união com Cristo é a fonte de cada elemento de nossa salvação (1Jo 5.11-12). Receber o sinal do batismo com fé assegura aos batizados que o dom divino da nova vida em Cristo lhes é dado gratuitamente. Ao mesmo tempo, os incumbe de viver de modo novo, como discípulos de Jesus.

Cristo ordenou aos seus discípulos que batizassem em nome do Pai , do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Essa fórmula significa que o relacionamento de aliança que o batismo formalmente confere é com as três Pessoas da Divindade. Quando Paulo diz que os israelitas foram batizados “com respeito a Moisés” (1Co 10.2), ele quer dizer que os israelitas foram colocados sob o controle e direção de Moisés. O batismo em nome do Deus trino significa ficar sob o controle e direção de Deus.

Os sinais exteriores não conferem automática ou magicamente as bênçãos interiores que eles representam. No Novo Testamento não há nenhuma prescrição de um modo específico de batizar. A determinação de batizar pode ser cumprida por imersão, afusão os aspersão. Todos esses três modos satisfazem o sentido do verbo grego baptizo e a exigência simbólica de passar sob a água purificadora e emergir dela.



Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 126.


Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

"Gerados de Novo para uma Viva Esperança"

1 Pedro 1:1-9

No ano 64 d.C., uma grande parte da cidade de Roma foi queimada. Alguns acreditavam que o imperador Nero era o responsável, tentando abrir espaço para seus projetos de construção.
Enfrentando tais acusações, o próprio Nero acusou um grupo de pessoas já vistas com suspeita pelo público em geral, os cristãos.
Durante mais ou menos o mesmo período de tempo, os judeus da Palestina se rebelaram contra os romanos. Essa rebelião tornou-se uma guerra, no ano 66 d.C., que terminou com a destruição de Jerusalém e da nação judia.

Ambos eventos resultaram em perseguição aos cristãos. Nero perseguiu os cristãos em Roma veementemente e foi provavelmente o responsável pelas mortes de Pedro e Paulo.
Alguns cristãos sofreram devido ao conflito entre os judeus e os romanos, porque estes freqüentemente não faziam distinção entre aqueles judeus que eram cristãos e aqueles que não eram.

O apóstolo Pedro escreveu sua primeira epístola durante este período. Ele entendia que muitos cristãos iriam enfrentar severa perseguição.
Seu propósito era advertir seus leitores contra a tribulação iminente e encorajá-los a permanecerem fiéis durante esses tempos difíceis.

O que poderia Pedro escrever àqueles cristãos espalhados através da Ásia Menor que pudesse capacitá-los a suportar a feroz tempestade de perseguição?
Pedro decidiu começar salientando as bênçãos espirituais gozadas por seus leitores (1 Pedro 1:3-12).
Pedro fala de uma viva esperança, uma herança celestial que ele descreve em termos negativos (incorruptível, sem mácula, imarcescível) porque não há nada neste mundo comparável ao esplendor do céu (1:3-4).
Pedro ainda destaca o privilégio especial de seus leitores, observando a salvação que eles receberiam na revelação de Jesus Cristo (1:5,9).
A fé deles, testada pela perseguição, era mais preciosa do que o ouro refinado pelo fogo e resultaria em louvor, glória e honra quando Jesus retornasse (1:7).
Nem mesmo profetas do Velho Testamento, que falaram das bênçãos espirituais que acompanhariam a morte de Cristo, não gozaram a abençoada posição destes cristãos (1:10-12)!

Em vista de tais bênçãos espirituais, Pedro manda que seus leitores preparem suas mentes e esperem a graça que receberão no futuro (1:13).
Além disso, eles precisavam buscar a santidade através da obediência que é adequada àqueles que foram redimidos pelo inestimável sangue de Jesus Cristo (1:14-19).
A esperança cristã da glória repousa no fato que Deus ressuscitou Jesus dos mortos (1:21).
Antes de entrarmos no conteúdo geral, queremos ver a introdução e saudação de Pedro, pois aqui encontramos um assunto controverso entre calvinistas e arminianos.

Vejamos o verso 1 e 2

Quanto ao verso primeiro, não há dúvida quanto à autoria de Pedro. O autor se identifica como "Pedro, Apóstolo de Jesus Cristo" (1Pedro 1:1).

Que ele é o bem conhecido apóstolo dos Evangelhos e de Atos é confirmado tanto por evidências internas como externas. O autor descreve a si próprio como testemunha dos sofrimentos de Cristo (1Pedro 5:1),

Agora, aqui no verso 2 encontramos uma palavra que é usada pelo Arminianismo para refutar a predestinação absoluta.
O Argumento da Presciência.

Segundo este ponto de vista, “Deus escolheu uns porque via de antemão quem seriam as pessoas que iam obedecer e crer”. Os que sustentam este ponto de vista se baseiam em dois versículos:

“...eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito para a obediência...” (1 Pe 1.2).
“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho...” (Rm 8.29).

Estes versículos poderiam defender, numa primeira análise, a posição oposta à predestinação, porém contrariamente a defende.

É necessária uma pergunta para resgatar o sentido real dos textos bíblicos: O que Deus previu nos homens?

1. não pode ser a fé porque ela se baseia na predestinação: “...e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna” (At 13.48).

A fé é, além disso, fruto da graça de Deus: “...aqueles que mediante a graça haviam crido” (At 18.27). Sobre isto comenta Agostinho:

“O homem não é convertido porque deseja, mas só deseja porque é ordenado pela eleição”.

2. Não podem ser boas obras. (Deus eleger por que o homem faria algo digno da salvação) Em Efésios 2.10 lemos que as boas obras foram predestinadas do mesmo modo que as pessoas que as executam. As boas obras se baseiam na fé e a fé na predestinação.

3. Não pode ser a boa vontade porque a vontade do pecador não é boa: “Não há quem entenda. Não há quem busque a Deus” (Rm 3.11).

Em vista da depravação e rebelião do homem, não existe nenhuma qualidade boa no pecador para ser prevista.

Que significa a palavra “presciência” [4] nos versículos citados?

A palavra grega traduzida “presciência” é proginosko, e significa também “pré-ordenado”. Nos versículos citados, a obediência é mencionada como resultado da presciência e não a causa dela.

Disse Pedro: “...para obediência” e não “...por obediência”.

Paulo também expressa em Romanos 8.29 “para serem” e não “porque viu que eram”. Estes dois versículos, então, servem como apoio à Predestinação em lugar de refutá-la.

É interessante que em 1 Pedro 1, o apóstolo usa esta mesma palavra proginosko relacionado com a vinda de Jesus e se traduz como “conhecido... antes”, (v.20); “...conhecido com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempo...”.

Seria absurdo dizer que Deus o Pai simplesmente “previu” que Jesus viria. Da mesma forma se vê em Atos 2.23: “...sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus...” É a mesma palavra encontrada e, 1 Pe 1.2 - proginosko.

Fica claro que a palavra “presciência” significa “pré-ordenado”, “conhecer antes”, “escolher de antemão”, “demonstrando a natureza da atividade de Deus entre os homens ”. Essa palavra apóia, e não refuta a Predestinação.

É interessante que nas Escrituras não existe nenhuma concordância entre eleição e o conhecimento prévio que Deus tem da reação da pessoa.

Compreendendo essa questão analisaremos aqui o verso 3

Pedro bendiz ao Senhor Deus, Pai de Jesus Cristo, porque Ele, olhando um dia para o estado de extrema miséria no qual nos encontrava-mos, gerou-nos outra vez, fazendo-nos uma nova criatura.

A velha criatura foi uma vez gerada, mas pelo pecado envelheceu sem a graça de Deus.

A nova criatura, contudo, foi gerada mediante a ressurreição de Cristo, pela graça, para uma vida nova, que aguarda esperançosamente a revelação de Jesus Cristo.

A nova criatura foi criada para a vida. Qual é pois a diferença?

A graça de Cristo, revelada e operada a partir de Cristo e, retroativamente, naqueles que creram em Deus, tendo por certos a vinda, o padecimento, a morte e a ressurreição do Messias.

O versículo 3 diz que Deus "nos gerou de novo". Uma pergunta a ser feita é: "Deus nos gerou porque nós quisemos ser gerados outra vez, agora para a salvação, ou por obra apenas e unicamente de Deus, como na primeira criação?"

Como Deus, no princípio, a tudo criou pela sua própria vontade e para louvor de seu nome, assim criou a nova criatura por sua vontade.

A nova geração deu-se pela "grande misericórdia de Deus". É impossível o homem ter escolhido ser gerado novamente, porque, tornado cego pelo pecado, não via a sua situação e não buscava a Deus.

Auto-gerar-se é ainda mais descabido, visto o fato do homem não poder criar nada, não tendo criado, logo, a si próprio na primeira criação. Gerar o homem novamente já estava em Deus desde a eternidade.

Mas nem todo o ser humano é nova criatura, porque o novo nascimento não é para todos, mas aqueles aquém Deus instila a fé na ressurreição de Jesus Cristo, a qual fé é dada mediante a graça de Deus.

Ef 2;8 pela graça sois salvos por meio da fé, isso não vem de vós é dom de Deus.

O indivíduo ouve a palavra de Cristo e o Espírito Santo lhe faz enxergar a verdade, tendo Deus escolhido os seus eleitos antes do princípio. Como vemos no verso 2

1. Nascer de novo — isto é o que a regeneração significa (veja Jo 3.3, 7; 1 Pe 1.3, 23). Esta expressão supõe um nascimento anterior, um primeiro nascimento, em relação ao qual a regeneração é o segundo.

Se observarmos a diferença entre os dois nascimentos, os conceitos ficarão mais claros.

Esses nascimentos são opostos entre si: o primeiro vem de pais pecadores e acontece à imagem deles; o segundo vem de Deus e acontece à imagem dEle.

O primeiro é de semente corruptível, o segundo, de incorruptível.

O primeiro acontece em pecado, o segundo, em santidade e justiça. Por meio do primeiro nascimento, os homens são corrompidos e depravados; pelo segundo, eles se tornam consagrados e começam a ser santos.

O primeiro nascimento é carnal; o segundo é espiritual, transformando os que passam por ele em homens espirituais.

Por meio do primeiro nascimento, os homens são loucos e insensatos; nascem como animais irracionais.

Por meio do segundo nascimento, eles se tornam instruídos e sábios para a salvação.

Por meio do primeiro nascimento, eles são escravos do pecado e das paixões carnais: sua condição de escravo é inata.

Por meio do segundo nascimento, eles se tornam os libertos por
Cristo.

Por meio do primeiro nascimento, eles são transgressores e seguem um caminho de pecado, até que são interrompidos pela graça.

No segundo nascimento, eles param de cometer pecados, isto é, param de seguir o caminho de pecado, passando a viver em santidade. Sim, aquele que é nascido de Deus não vive em pecado.

Por meio do primeiro nascimento, os homens são filhos da ira e estão sob o desprazer divino; (Eis o fato de não afirmarmos que Deus ama o ímpio)

No segundo nascimento, eles se tornam objetos do amor de Deus, sendo a regeneração o fruto e o efeito desse amor… Isso é coisa do alto!

2. Nascer do alto — assim poderia ser traduzida a expressão de João 3.3, 7. O apóstolo Tiago disse, de um modo geral, que toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto;

E a regeneração, sendo esse tipo de dádiva, deve vir do alto… “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.17-18).

O autor desse nascimento é do alto; e os que nasceram de novo nasceram de Deus Pai, que está no céu. A graça concedida na regeneração vem de cima (Jo 3.27).

Assim são os nascidos de novo, pois eles são nascidos do alto, têm excelente nascimento, são participantes da vocação soberana e celestial de Deus, em Cristo Jesus, e certamente a possuirão (1 Pe 1.3-4

4. A regeneração é expressa por ser vivificado. Assim como há, na criação natural, um momento em que a vida passa a existir, na regeneração acontece o mesmo. “Ele vos deu vida” (Ef 2.1).

Antes da regeneração, os homens estão mortos, embora vivam; ainda que estejam fisicamente vivos, estão moralmente mortos;

Estão mortos em um sentido moral para as coisas espirituais, em todas as forças e capacidades de sua alma.

Não as conhecem, não têm afeição por elas, amor por elas ou poder de realizá-las, à semelhança de um homem morto em relação às coisas naturais.

Entretanto, na regeneração um princípio de vida espiritual é infundido no homem; é um tempo em que o Senhor lhes transmite vida e a produz neles. Cristo é a ressurreição e a vida neles.

[Ele] os ressuscita da morte do pecado para uma vida de graça. O espírito da vida de Cristo entra neles.

A regeneração é uma passagem da morte para a vida. É um princípio de vida espiritual implantado no coração, em conseqüência do qual um homem inspira um senso espiritual. Onde há fôlego, há vida.

Deus soprou em Adão o fôlego de vida, e este se tornou uma alma vivente, uma pessoa viva que, em resposta, respirou. Assim, o Espírito de Deus sopra em ossos secos, e eles vivem e passam a respirar.


O homem regenerado deseja intensamente o alimento espiritual; e isso demonstra que ele foi vivificado. Logo que uma criança nasce, ela procura o seio materno em busca de leite.

Assim, os recém-nascidos espirituais desejam o genuíno leite da Palavra, por meio do qual eles podem crescer.

Seus sentidos espirituais são exercitados em assuntos espirituais. Têm o que corresponde aos sensos da vida natural: o ver, o ouvir e, como já observamos, o sentir.

Eles sentem o fardo do pecado na consciência e as obras do Espírito de Deus em seu coração; e confiam em Cristo, a Palavra da vida — isso deixa evidente o fato de que estão vivos: um morto nada sente.

Têm uma inclinação espiritual, um deleite nas coisas espirituais; a Palavra de Cristo lhes é mais doce ao paladar do que o mel ou o favo de mel…

Eles provam que o Senhor é gracioso e convidam outros a provar e ver também quão bom Ele é.

Eles se deleitam com as coisas de Deus e não dos homens. Cristo e sua graça lhes são agradáveis… Estes sensos espirituais e o exercício deles… mostram que estão vivos, que nasceram de novo.

Essas pessoas levam uma vida de fé; vivem por fé, crescem no crescimento que vem de Deus; e isto é uma evidência de vida.

Resumindo, eles vivem uma vida nova, diferente da que tinham antes; não vivem mais para si mesmos ou para as paixões dos homens, e sim para Deus e para Cristo, que morreu e ressuscitou por eles. Andam em novidade de vida.

5. A regeneração é demonstrada pela formação de Cristo na pessoa convertida (Gl 4.19). A imagem dEle é gravada na regeneração; não a imagem do primeiro Adão, e sim a do segundo Adão.

Pois o novo homem é feito segundo a imagem dAquele que o criou de novo, é a imagem de Cristo. Os eleitos de Deus são predestinados a serem conformados a esta imagem; e isso acontece na regeneração (Rm 8.29; Cl 3.10).

As graças de Cristo — fé, esperança e amor — são produzidas no coração da pessoa regenerada e logo se tornam visíveis. Sim, o próprio Cristo vive neles.

O apóstolo Paulo disse: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé” (Gl 2.20).
Cristo e o crente vivem mutuamente um no outro.

Como vimos no verso 3 de 1ª Pedro, ele bendiz a Deus pela sua misericórdia, do mesmo modo que Davi e Paulo bendisseram ( Ef 1:3; Sl 103:10).
Ele aponta a misericórdia de Deus como sendo a causa de uma nova esperança, ou seja, em primeira instância a fé e a esperança do crente estão em Deus ( 1Pe 1:21).
Com certeza aqueles cristãos foram, assim como nós somos consolados em saber que o Senhor nos deu vida, pertencemos a Ele e pela sua misericórdia nos reservou algo grandioso. Ler 1ª PE 1:3-9

Rendamos sempre graças por tão grande misericórdia. Amém!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A última moda da Universal é fazer sacrifício no altar com direito a sangue e tudo!

por Danilo Fernandes


Irmãos,

O que vocês vão ver agora causa profunda revolta. Principalmente, por ocorrer num local onde há o nome de nosso Senhor e Salvador na porta. Eu não consegui terminar de escrever este texto sem chorar.

A simbologia por trás deste ritual é uma mistureba completa. Faz uma simulação de passagem nos átrios do templo, da via crucis – ou via dolorosa -, passa por idolatria despropositada de água e óleos e culmina na mais descabida heresia da simulação de um sacrifício em um altar (na verdade, uma coluna para sacrifício, como a de Jacó) com direito a sangue falso e tudo.

Qualquer pessoa que tenha entendimento o bastante para ter aceitado Jesus Cristo como seu Salvador, há de ter compreendido ao confessá-Lo como Senhor que:

Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, é "santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores. Que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hebreus 7:26-27). Cristo, por meio de seu sangue, entrou no lugar santo do céu, tendo obtido para nós a redenção eterna e agora apresenta-se a nosso favor diante da face de Deus (Hebreus 9:12, 24). O resultado da expiação é nossa redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados" (Efésios 1:7). Na verdade, ele "nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados" (Apocalipse 1:5). Onde há remissão de pecados, "já não há oferta pelo pecado" (Hebreus 10:18), porque Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, o meio pelo qual Deus se reconcilia ao homem pecador (1 João 2:2).

Também há de perceber que o simulacro de sacrifício visto nestas cenas – e não estranhe se em breve cordeiros forem sacrificados neste mesmo altar – constitui extrema ofensa!

Que o Senhor tenha piedade dos que são incapazes de entender isto, e que venha a Sua ira a fulminar esta cambada de sacerdotes estelionatários da IURD!

Mais detalhes aqui:
http://www.genizahvirtual.com/2009/11/ultima-moda-da-universal-e-fazer.html

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O Jovem Rico e os "apóstolos" atuais.








O Senhor Procura as Suas ovelhas


C.H.Spurgeon


“Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que Eu, Eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei.” (Ez 34:11 ACF[*])

Isto é o que o Senhor faz quando os Seus eleitos são como ovelhas desencaminhadas que não conhecem nem ao pastor, nem ao rebanho. Quão maravilhosamente sabe o Senhor procurar os Seus escolhidos! Jesus mostra-Se um pastor tão admirável, não só quando procura as Suas ovelhas, mas também quando as salva. Mesmo que muitos dos que o Pai Lhe deu estivessem às portas do Inferno, não obstante, o Senhor no Seu afã de buscá-los, consegue dar com eles e recebe-os na Sua graça. Ele tem-nos buscado. Tenhamos a esperança segura de que também aqueles por quem oramos serão achados
.

O Senhor renova os Seus esforços quando alguma ovelha do Seu rebanho se afasta dos pastos da verdade e da santidade. Podem cair em erros graves, em lamentáveis pecados ou no endurecimento; mas contudo, Jesus, que foi constituído fiador por elas diante do Pai, jamais permitirá que qualquer uma delas se extravie e pereça. Ele segui-las-á com a Sua graça e providência através de regiões distantes, nos domicílios da miséria e nos abismos escuros do desespero. Jamais perderá uma só das ovelhas que o Pai Lhe confiou. É ponto de honra para Jesus procurar e salvar a todo o rebanho, sem excetuar qualquer ovelha. Quão magnífica é esta promessa, para que eu me sirva dela, se me vir obrigado a dizer: Eu andei errante como ovelha extraviada.
_______________________
Notas:
[*] ACF - Bíblia, edição João Ferreira de Almeida, Corrigida Fiel, versão e-Sword, SBU 69
TRADUTOR Carlos António da Rocha

segunda-feira, 29 de março de 2010

AS 11 RAZÕES PARA ELIMINAR O ENTRETENIMENTO DA SUA IGREJA

Por Alan Capriles

Sei que o entretenimento está tão enraizado na cultura evangélica, que parecerá um absurdo a tese que defendo. Mas, além de não estar sozinho na luta contra o "culto show", estou ainda muito bem acompanhado, por pastores renomados, como Charles Haddon Spurgeon, que no século XIX já havia escrito sobre este perigo, alertando que o fermento diabólico do entretenimento acabaria levedando toda a massa em curto espaço de tempo. E é neste estado de lastimável fermentação que se encontra a massa evangélica atual.

Hoje em dia na maioria das igrejas encontra-se a coreografia,a dança e o teatro para ser exibido durante o culto e nos eventos por ela realizados. Na maioria das igrejas o período de culto é tomado deste tipo de apresentações, com a desculpa de que "é pra Jesus". Mas, quando analisamos racionalmente, e a luz das Escrituras, a verdade é que tais apresentações não passam de entretenimento, com verniz de santidade e capa de religiosidade.

Que ninguém fique ofendido. Eu mesmo gostaria que alguém houvesse me alertado disso na época em que eu, cegamente, gastava horas com ensaios de peças teatrais. E eu me convencia de que isto era a obra de Deus.

Mas, no fundo de meu coração, eu sabia que havia algo de errado, que não era nisto que Jesus esperava que seus discípulos se focassem, ou se esforçassem. Como ninguém me despertou, busquei a Deus em oração e o próprio Espírito Santo, por meio das Escrituras, convenceu-me do meu erro.

Desde então, tenho meditado tão seriamente a respeito disto, que encontrei mais de dez razões para eliminar por completo o entretenimento dos cultos na igreja que pastoreio. E já o fizemos! Substituimos o tempo que antes gastávamos com ensaios entre quatro paredes, pelo evangelismo bíblico na comunidade e pela oração nos lares. E, quanto às apresentações nos cultos... sinceramente, não estão fazendo a menor falta.

Mas, vejamos porque o entretenimento deve ser eliminado dos cultos que realizamos ao Senhor:

1 - O Senhor nunca ordenou entreter as pessoas
Esta já seria uma razão suficiente, que dispensaria os demais argumentos. O problema é que raramente se encontra hoje uma igreja que queira ser bíblica, composta por membros que só desejem cumprir a vontade de Deus, expressa em sua Palavra. Assim sendo, talvez seja necessário ainda os argumentos a seguir.

2 - Entretenimento não atrai ovelhas
Chamemos de ovelhas aqueles que realmente amam a Jesus, que reconhecem a voz do Senhor e o seguem (Jo 10:27). No entanto, a divulgação de apresentações na igreja dificilmente atrairá pessoas interessadas em Deus. Certamente será um atrativo para as que gostam de uma distração gratuita. Mas, podemos chamar a estas pessoas de ovelhas, ou não há uma grande chance de serem bodes? (Mt 25:32-33)

3 - Entretenimento afasta as ovelhas
As verdadeiras ovelhas não se satisfazem com apresentações durante o culto. Elas querem oração e palavra, edificação e unção. Uma ovelha de Cristo não procura emoções, mas a Verdade, para que se mantenha firme no caminho da vida eterna (Jo 6:67). Quanto mais o pastor encher o culto com apresentações, mais rápido as ovelhas sairão em busca de uma verdadeira igreja, que priorize a oração e a palavra de Deus. Aos poucos, a "igreja-teatro" deixará de ter ovelhas para estar ainda mais cheia, porém de bodes, que gostam de uma boa distração. E, infelizmente, o que muitos pastores buscam hoje é quantidade, o crescimento a qualquer custo. E, com este fermento, a massa realmente cresce...

4 - Entretenimento reduz o tempo de oração e palavra
O tempo de culto já é muito limitado, chegando a no máximo duas horas. Quando se dá oportunidade para apresentações, o tempo que deveria ser usado para se fazer orações e se pregar a palavra de Deus torna-se curtíssimo. Em algumas igrejas não chega nem a trinta minutos! Como desenvover uma mensagem expositiva em tão curto espaço de tempo?

5 - Entretenimento confunde os visitantes
Os visitantes concluem que a igreja existe em função disto: coreografias, peças teatrais, ou qualquer outro tipo de apresentação que torne o culto um show. E eles passam a frequentar os cultos com esta expectativa, esperando pelo próximo espetáculo.

6 - Entretenimento ilude os membros
O membro pensam que está servindo a Deus com suas apresentações. Desta forma, sua consciência fica cauterizada para atender aos chamados para a escola bíblica, para o evangelismo e para socorrer os carentes. Afinal de contas, ele pensa que seu chamado é para as artes, e não para serviços que não lhe colocam debaixo dos holofotes (que, aliás, são muito comuns nas igrejas hoje em dia).

7 - Entretenimento é um desgaste desnecessário
Quanto esforço é despendido para que tudo saia perfeito! Uma energia que é gasta naquilo que o Senhor nunca mandou fazer! Será que ainda sobram forças para se fazer o que realmente o Senhor manda? (Lc 6:46)

8 - Entretenimento coloca os carnais em destaque
Pessoas que raramente aparecem nos cultos de oração e estudo bíblico, e que nunca comparecem ao evangelismo, geralmente são as mesmas que gostam de aparecer dançando ou representando nos cultos mais cheios. A questão é: Por que dar destaque justamente para estes membros carnais?

09 - Entretenimento alimenta o ego
O entretenimento não gera fé, mas fortalece o ego dos que amam os aplausos e elogios. Apesar de sua roupagem "gospel", o fermento dos fariseus continua tão venenoso quanto nos dias de Jesus (Mt 23:5-6; Lc 12:1)

10 - Entretenimento é um desperdício de tempo
Se o mesmo tempo que as igrejas gastam com ensaios para apresentações teatrais ou coreográfica fosse utilizado com oração e evangelismo, este mundo já teria sido alcançado para o Senhor! (Ef 5:15-17)

11 - Entretenimento não é fazer a obra de Deus
A desculpa para o entretenimento é que este seria uma forma de atrair as pessoas. Mas a questão novamente é: que tipo de pessoas? Se entretenimento fosse uma boa alternativa, não teria a igreja apostólica usado de entretenimento para atrair as multidões? No entanto, ela simplesmente pregava o evangelho, porque sabia que nele há poder. O evangelho "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). Mas o entretenimento... O entretenimento é a artimanha do homem para a perdição de todo aquele que duvida.

Quero concluir com uma palavra aos pastores. De pastor, para pastor. Amado colega de ministério, não duvide do poder do evangelho para atrair e converter as pessoas. Não queira encher sua igreja com atividades vazias e atraentes ao mundo, mas que não tem o poder do Espírito Santo para converter vidas. Tenha coragem e limpe sua congregação desta imundície egocêntrica. Talvez com isto você perderá alguns membros, mas não perderá ovelhas, somente bodes. Tenha fé em Deus e confie no modelo bíblico para encher a igreja, que é a oração, o bom testemunho e a pregação ousada do genuíno evangelho de Cristo. Lembre-se que "enquanto os homens procuram melhores métodos, Deus procura melhores homens."