sexta-feira, 21 de outubro de 2011

LANÇAMENTO DE LIVRO


Por meio do projeto Novos Talentos a Z3 Editora acaba de lançar o título: O QUE VOCÊ FAZ NO DOMINGO? O culto numa perspectiva bíblica.

Nestes tempos do vale tudo, inclusive nos cultos e púlpitos de nossas igrejas, Samy Anderson, autor de “O QUE VOCÊ FAZ NO DOMINGO?” vem a público compartilhar sua reflexão sobre como devemos adorar a Deus em "espírito" e em "verdade", destacando a essência da verdadeira adoração, tendo em vista um fortalecimento espiritual da nossa vida cristã.

Além de cumprir um inestimável alerta contra os devios do cristianismo no aspecto da adoração, que vemos em nossos dias, este livro é importante, não somente a todos os que aspiram ser um verdadeiro adorador do Senhor Deus, que merece a nossa adoração, mas também devido ao seu conteúdo, que foi pesquisado e elaborado por meio de vocábulos buscados na fonte e apresentado em linguaguem acessível.

Para saber mais sobre o livro ou como adiquirí-lo, comprando diretamente do autor, com grande desconto, envie um comentário aqui no blog, ou envie um e-mail para samyanderson@ig.com.br , ou ligue para os telefones: (19) 3039.0707/ 8824.5473 (OI) / 8222.6247 (TIM).

Adiquira já o seu com preço especial, esse livro mudará a sua vida!

Abraços,
Samy Anderson

terça-feira, 27 de setembro de 2011

55 anos de bênçãos da IPFB!‏


Estamos comemorando o quinquagésimo quinto aniversário da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil.
Fundada no dia 21 de setembro de 1956 com a formação do “Presbitério do Norte da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil”, com quatro igrejas, sendo elas: Igreja Presbiteriana do Recife, Igreja Presbiteriana do Catonho(Garanhuns), Igreja Presbiteriana do Fama e Igreja Presbiteriana do Bongi.
Ao longo destes cinqüenta e cinco anos, o Senhor tem derramado sobre nós que defendemos ardorosamente e com coragem o sagrado patrimônio da fé, que uma vez foi dada aos santos (Judas 3) bênçãos incontáveis.
O nosso movimento espiritual já foi estendido através de todo o Brasil, desde os centros mais populosos da nossa pátria até as regiões mais distantes como Guajará-Mirim (RO) fronteira com a Bolívia.

Este é momento de gratidão e alegria no Senhor, um momento histórico, de reflexão. Lembramo-nos do Rev. Israel Furtado Gueiros, que constituiu um marco decisivo para a implantação da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil. A intrepidez, o sacrifício, a abnegação deste valoroso servo do Senhor, serviram para a fundação e o crescimento do rebanho nascente.
Hoje a Igreja Presbiteriana Fundamentalista está consolidada. O nosso sínodo (fundado em 21 de Setembro de 1976) completa nesta data 35 anos de existência.
Grande privilégio o nosso que fazemos a IPF do IPSEP, comemoramos a passagem deste evento. Cinqüenta e cinco anos de lutas, mas também de grandes vitórias. Muitas foram as oposições, humilhação, perseguição e o desejo de muitos de um dia, ver a extinção do movimento fundamentalista. Alguns até noticiaram com regozijo o desaparecimento desta igreja, notícia que ainda circula em alguns arraiais.
Os Tobias e os Sambalates(Neemias 2:19) ainda zombam de nós, desprezam-nos, se indignam contra este pequeno rebanho e dizem: “o que é isto? O que fazem estes fracos?” escarnecem-nos dizendo: “ainda que edifiquem, vindo uma raposa derribará facilmente” (Neemias 4:1-3). Como Neemias oramos: “ouve ó nosso Deus que somos tão desprezados e caia o seu opróbrio sobre a sua cabeça” (Neemias 4:4). Chamam-nos de “xiitas” “as viúvas de Carl Mcintire”. Este, foi grande líder cristão fundamentalista fundador do “Concílio Internacional de Igrejas Cristãs”, em Amsterdam (Holanda) em 1948, cujo objetivo era e continua sendo congregar os verdadeiros crentes para resistirem nos dias maus de apostasia e ecumenismo teológico, que tem penetrado, antes sorrateiramente, hoje explicitamente dentro das igrejas evangélicas.
Convém salientar que alguns que agiram e agem assim contra nós, deixaram suas igrejas de origem e filiaram-se a outras denominações. Uns, por convicções teológicas profundas quanto a doutrina e governo da igreja donde saíram. Numericamente somos poucos; mas temos o encorajamento do Senhor, “não temas ó pequeno rebanho”. Atualmente contamos com vinte igrejas, sete congregações presbiteriais e vinte e cinco pastores. Contamos também com três seminários, um aqui em Recife, outro no Sul do País na cidade de Limeira-São Paulo, e o terceiro, na cidade de Patos/PB.
Somos poucos, mas novos horizontes se descortinam e novos propósitos se firmam com a eliminação do pessimismo e o cultivo do otimismo.
Continuamos a pregar o mesmo evangelho da Graça que foi pregado por fiéis servos de Deus no passado: “a verdade que fere”, “o amor que redime”, “o evangelho de Jesus Cristo que salva”, “até aqui nos ajudou o Senhor”.

Rev. José Vasconcelos da Silva Filho
Pastor da IPF do IPSEP em Recife
e Colaborador do Ministrando.

sábado, 25 de junho de 2011

O MILÊNIO

por
Cleómines A. de Figueiredo



Simples nome – Milênio – em torno qual giram as correntes do pensamento escatológico. E exatamente por isso ao tratar deste assunto, o escritor cristão deve ter cuidado de associar sinceridade, verdade e amor. Os extremistas ferem e conduzem ao erro.
Por estar o assunto milenista arraigado no espírito histórico do cristianismo, e isto há mais de um milênio, só de se pensar em expor o assunto, já se é visto, quando não bem informado, no mínimo superficialíssimo.
Entretanto, tratar do assunto escatológico sem uma referência ao pensamento milenista é deixar espinho na plantação do trigo.
A origem do pensamento milenista é judaico, especialista da história doutrinária citam fontes judaicas em que o pensamento milenista é frutuoso.
Os apócrifos ( O livro dos segredos de Enoque; segundo Habacuque ) trazem idéias de um reino milenial aqui na terra.
Não se deve esquecer, entretanto, que o único texto da Bíblia e que fundamentam as teses milenista é Apocalipse 20.1-6.
Alguns, por causa de textos como estes e do pensamento judaico expresso nos apócrifos e escritos rabínicos, afirmam que João se influenciou com o Judaísmo, o que discordamos, pois o pensamento do NT é pensamento cristão na simbologia (letra) judaica. Porque a idéia do milênio tem origem judaizante, é lógico que a Igreja cristã, desde os primórdios, lutou com ela.
Tem se a notícia de que os “Pais” (primeiros representantes do pensamento cristão), apenas Papias e Justino (100 – 150ad) aceitavam a idéia do milênio na terra sendo que Justino se contradizia muito.Ainda se crê que a idéia veio á tona realmente entre o segundo e o terceiro séculos, e interessante é que o Credo Apostólico, que nasceu contemporaneamente, não se refere ao assunto. E ignorar mil anos de uma história gloriosa, de um Reino de Cristo na terra, ou foi descuido exagerado do grande Concílio ou de fato o pensamento não é doutrina cristã.
Os heréticos montanistas aceitavam-na(II séc.)
Caio de Roma, Hipólito, Orígenes (todos do séc.II) militaram contra ela.
Temos em Agostinho (354-439 AD), a primeira estrela da Teologia Paulina,um simpatizante da idéia, mas depois de acurado estudo combateu-a tão ardorosamente que por muitos séculos a Igreja cristã a esqueceu.
Na reforma ela reaparece. E novamente é combatida. Calvino dedica uma página de sua Institutas para combatê-la, e a chama de idéia “pueril” em outro lugar.
A confissão de Augsburgo, preparada pelo Teólogo da Reforma, Melancton, considerou-a “uma idéia judaica”.
A confissão de Eduardo VI, base da confissão Anglicana, a rejeitou também,e considera oponentes às Escrituras os que a aceitam.
A Confissão Helvética e Belga, a primeira a chama de sonhos judaicos, e a segunda a ignora.
Mas vale lembrar a Confissão de Westminster; no Catecismo Maior e nas sessões escatológicas, ignoram o assunto.
Agora vejamos de perto a idéia milenista terrenal.
Os devotos deste pensamento cometem o mesmo erro dos Judeus que na época de Jesus materializaram o ensino espiritual das Escrituras. Em vez de olhar para o Messias como Redentor do Pecador, se apegaram ao Reino no Mundo; e porque o Reino de Jesus “não era deste mundo”, condenaram-no.
Assegura o Prof. Harold Schaly, do Seminário Batista do Norte, grande pesquisador, que o pensamento milenista surgiu da idéia que Jesus veio ao mundo para estabelecer mesmo um reino com o povo Judeu ( O termo Reino de Deus é assim por eles entendido ). E Jesus e João Batista proclamaram a chegada deste Reino. Mas a tentativa do estabelecimento do tal Reino fracassou, pois os Judeus rejeitaram Jesus. Em vista disso, duas atitudes (Novas?) Cristo teve que tomar:
1 – Transferir este Reino para o Futuro (Milênio).

2- Fundar a Igreja, que nada tem a ver, e é um simples parêntese entre a primeira e a segunda vinda.
Alguns dicotomizam a Bíblia, dizendo que as bem-aventuranças, Apocalipse de 4-19, e outros textos, não são para a Igreja.
Para o estabelecimento deste Reino, dividido a segunda vinda em duas etapas:
1 – Para a Igreja: Arrebatamento;
2 – Para estabelecer o Reino com a Igreja, para os Judeus. Entre a primeira e a segunda etapa vem com a grande Tribulação(= 7 anos), e com este arranjo surgem muitas ressurreições e juízos de igual modo.(Alguns chegam a 5 ressurreições e 5 juízos!)

Este reinado de Cristo na terra, o Milênio fracassado na primeira tentativa (!), será realizado na terra, como outro reino qualquer, havendo pessoas revoltadas, guerras, conflitos e o “Rei” Jesus, com sede em Jerusalém atendendo telefone(?) , tendo audiências marcadas como Presidente(?) e guerreando com armas, bombas, fuzis(?), mantendo a “ordem” com os santos(?), mantendo a soberania do estado de Israel(?).
No fim deste milênio, os revoltosos irão crescer em número com a areia do mar. Afinal, o reinado de paz milenal, com o Rei no trono material, que Jesus, não conseguirá agradar aos Súditos milenistas que se revoltarão para a grande batalha, com cavalaria(?), e Cristo vencerá esta luta derramando muito sangue...
Neste Reino a Igreja estará presente como “corpo estranho”. Viverão juntos os crentes ressuscitados, os não-ressuscitados e os ímpios rebeldes,e Cristo e os santos a governar (?) essa massa ímpia. Como pode ser isto quando a Bíblia garante que vão descansar, entrar no gozo eterno e na glória perenal, onde estarão livres de toda lágrima e desencanto? Agora, segundo esta estranha idéia, aqui no milênio, terão algumas dores de cabeça enquanto governam os ímpios...vivendo aqui ao lado da imperfeição e morte natural...
Com o esquema pronto, pegam o texto de Apocalipse 20.1-6, e nele se fundamentam, fazendo-o dizer em seu favor.
Uma exegese do texto bíblico, bem feita considerando o contexto revelacional, escritural e histórico do Apocalipse , revelará o engano.
É um texto, como aliás, todo o Apocalipse e toda literatura apocalíptica, cheio de simbolismo.
Não se pode interpretar um texto sem observar o propósito para qual foi escrito. Por isso é necessário conhecer o escopo do livro. Querer achar significado para cada símbolo, cada ato, apegando-se muito à simbologia, pode desviar a atenção para o desnecessário, senão para o inconveniente. (obs: em referência a números pode até gerar superstição...)
Desde os tempos apostólicos a Igreja crê que estamos sob o reinado de Cristo e sua Igreja. As profecias do Velho Testamento não fracassaram quando da primeira vinda de Cristo, pelo contrário, tiveram espiritualmente,o resultado previsto. O descendente de Davi assentou-se no trono, eternamente,conforme nos assegura Pedro, ou seja, que Cristo assentou-se no trono de Davi e afirma que isto aconteceu quando da sua ressurreição ( At 2.30,31). Em 1 Co 15.25; Mt 28.18; Ef. 1.22 contundentemente apresenta Jesus como Senhor reinando. É verdadeiro malabarismo teológico deslocar o senhor Jesus da destra do trono de Deus e fazê-lo assentar num trono temporal, que, inclusive renunciou na sua primeira vinda (Jo 6.15 e 18.36).
O que Apocalipse quer dizer aos crentes é que aqui, deste lado da vida, parece que estamos fracassando, perdendo, sofrendo, sendo perseguidos e mortos. Apesar de tudo, ele reina, e há de vir para julgar os nossos inimigos: o dragão ( = Satanás, a antiga serpente); as bestas(=os sistemas do Anticristo) e Babilônia (= o mundo e suas seduções e fascinações).
A luz do conhecimento da palavra de Deus e da história da doutrina escatológica da igreja, concluímos:
1. Estamos no período milenial
A Igreja reina no Céu (triunfante – Ap. 20.4: almas) e reina na terra (militante, vencedora – somos reis e sacerdotes – Ap. 1.6 e I Pe 2.9).

2. Satanás está preso
Apocalipse 20.3 diz que Satanás será preso por mil anos. Agostinho, em sua exegese, concluiu que Cristo o prendeu na sua 1 vinda – Ele “manietou o valente” Mt 12.26-29 desfez as obras (HB 2.14) e triunfou dele na Cruz (Cl 2.15). Expulsou e Julgou o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 16.11). Em Lucas 10.17-18 ele é lançado à terra quando os discípulos pregavam.
A mesma palavra usada em Ap. 20.3 para a prisão de Satanás, Paulo a usa para dizer que a esposa está presa ao marido. É claro que aqui não significa inativo, mas apenas limitado; e graças a Deus, em toda a Bíblia a ação do inimigo, mormente após a 1 vinda, é mostrada como limitada; o próprio livro de Apocalipse mostra isto na expressão e “foi-lhe dado...” – sua prisão, cremos é relacionada com o impedimento de sua ação contra a Igreja (MT 18.16-18); ele não pode impedir o avanço da Igreja e do evangelho.

3. Satanás será solto.
Esta limitação, entretanto, terá fim, de certo modo, isto é, ele será solto (ou,quem sabe já esteja?); e quando for solto, isto será concomitante com a grande tribulação (MT 24.29-30), com a apostasia (II Ts 2.8), e isto por breve tempo (Ap.20.8), na iminência da volta do Senhor, que descerá dos Céus e destruirá o Anticristo e seus aliados.
E então se seguirão o novo e a nova terra, onde, em justiça, habitaremos com o Senhor não por mil anos,para sempre (I Co 15.52).

Fonte: http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/omilenio.htm

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Batismo de Crianças: Algumas Considerações

por Augustus Nicodemus Lopes

A prática de batizar os filhos dos cristãos vem desde os primórdios do cristianismo. Pais da Igreja, como Irineu (século II), se referem ao batismo infantil. Orígines (século IV) foi batizado quando criança. Hoje, milhares de cristãos evangélicos no mundo continuam a prática, embora alguns pais permitam que seus filhos sejam batizados apenas porque faz parte da tradição religiosa na qual nasceram. Para outros, o batismo é um ato pelo qual consagram seus filhos ao Senhor, com votos solenes de educá-los nos caminhos de Deus até, a idade da razão.

Evidentemente nem todos os evangélicos concordam que o batismo infantil seja a única maneira de se fazer isso. Muitos preferem apresentar seus filhos ao Senhor, sem batizá-los, pois acreditam que o batismo é somente para adultos que crêem. Porém, tanto os que batizam seus filhos, quanto os que os apresentam, têm um desejo só, de vê-los crescer nos caminhos do Evangelho, e, quando chegarem à idade própria, publicamente professar sua fé pessoal em Cristo Jesus.

Alguns me perguntam por que apresentei meus quatro filhos para serem batizados, quando cada um ainda não tinha mais que dois meses. Minha resposta é que acredito estar seguindo a tradição bíblica, que remonta ao tempo do Antigo Testamento, e que não foi abolida no Novo, de incluir os filhos dos fiéis na aliança de Deus com o seu povo. Batizei meus filhos crendo que, através desse rito iniciatório, eles passaram a fazer parte da Igreja visível de Cristo aqui na terra. Minha crença sé baseia no fato de que, quando Deus fez um pacto com Abraão, incluiu seus filhos na aliança, e determinou que fossem todos circuncidados (Gn. 17.1-14). A circuncisão, na verdade, era o selo da fé que Abraão tinha (ver Rm 4-3,11 com Gn 15.6), mas, mesmo assim, Deus determinou-lhe que circuncidasse Ismael e, mais tarde, Isaque, antes de completar duas semanas (Gn. 21.4). Abraão creu e o sinal da sua fé foi aplicado à Isaque, mesmo quando este ainda não podia crer como seu pai. Mais tarde, quando Moisés aspergiu com o sangue da aliança as tábuas da Lei dada por Deus, aspergiu também todo o povo presente no monte Sinai, incluindo obviamente as mães e seus filhos de colo (Hb 9.19-20).

Estou persuadido de que a Igreja cristã é a continuação da Igreja do Antigo Testamento. Símbolos e rituais mudaram, mas é a mesma Igreja, o mesmo povo. O Sábado tomou-se em Domingo, a Páscoa, em Ceia, e a circuncisão, em batismo. Os crentes são chamados de "filhos de Abraão" (Gl 3.7,29) e a Igreja de "o Israel de Deus" (Gl 6.16). Não é de se admirar que Paulo chame o batismo de "a circuncisão de Cristo" (Cl 2.11-11).

Foi uma grande alegria ter meus filhos batizados e vê-los, assim, receber o selo da fé que minha esposa e eu temos no Senhor Jesus. Deus sempre tratou com famílias (Dt 29.9-12), embora nunca em detrimento da responsabilidade individual. Assim, Deus mandou que Noé e sua família entrassem na arca (Gn. 7.1), chamou Abraão e sua família (Gn 12.1-3) e castigou Acã, Coré e suas famílias juntamente. Paulo, ao refletir sobre a história de Israel e ao mencionar a passagem dos israelitas pelo Mar Morto, diz que todo o povo foi batizado com Moisés, na nuvem e no mar inclusive as crianças, é claro, pois havia milhares delas (1 Co 10.1-4). Não é de se admirar, portanto, que Pedro, no dia de Pentecostes, ao chamar os ouvintes ao arrependimento, à fé em Cristo e ao batismo, disse-lhes que a promessa do Espírito Santo era para eles e para seus filhos (At 2.38-39). E não é de admirar que os apóstolos batizavam casas inteiras em suas viagens missionárias: Paulo batizou Lídia e toda sua casa (,At. 16.15), o carcereiro e todos os seus (At 16.3233), a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). É verdade que não se mencionam crianças nessas passagens, mas o entendimento mais natural de "casa" e "todos os seus" é que se refira à família do que creu e fica difícil imaginar que, se houvesse crianças, elas teriam sido excluídas. Pois, para Paulo, os filhos dos crentes eram "santos" (1 Co 7.14), ao contrário dos filhos dos incrédulos. Talvez ele estivesse seguindo o que o Senhor Jesus havia dito, que não impedissem as crianças de virem a Ele (Mc 10.13-16).

Compreendo a dificuldade que alguns terão quanto ao batismo infantil, pois não há exemplos claros de crianças sendo batizadas no Novo Testamento. É verdade. Mas é igualmente verdade que não há nenhum exemplo de um filho de crente sendo batizado em idade adulta. Neste caso, talvez seja mais seguro ficar com o ensino do Antigo Testamento., Se os judeus que se converteram a Cristo não podiam batizar seus filhos, era de se esperar que houvesse alguma proibição neste sentido por parte dos apóstolos, já que estavam acostumados a incluir seus filhos em todos os aspectos da religião judaica. Mas não há nenhuma proibição apostólica quanto a isso.

Compreendo também que alguns têm dificuldades com o batismo infantil por causa da prática da Igreja Católica e de algumas denominações evangélicas, que adotam a idéia da regeneração batismal, isto é, que, pelo batismo, a criança tenha seus pecados lavados e seja salva. Pessoalmente não creio que seja este o ensino bíblico. O batismo infantil não salva a criança. Meus filhos terão de exercer fé pessoal em Cristo Jesus. Não serão salvos pela minha fé ou da minha esposa. Eles terão de se converter de seus pecados e crer no Senhor Jesus, para que sejam salvos. O batismo foi apenas o ritual de iniciação pelo qual foram admitidos na comunhão, da Igreja visível. Simboliza a fé dos seus país nas promessas de Deus quanto aos seus filhos (cf. Pv 22.6; At 2.38; At 16.31) e expressa os termos da aliança que nós e nossos filhos temos com o Senhor (Dt ' 6.6,7; Ef 6.4). Se, ao crescer, uma criança que foi batizada resolver desviar-se dos caminhos em que foi criada, é da sua inteira responsabilidade, assim como os que foram batizados em idade adulta, e que se desviam depois.

Certamente que o Novo Testamento fala do batismo como sendo uma expressão de fé e de arrependimento por parte daqueles que se convertem a Cristo - coisas que uma criança em tenra idade não pode fazer. Por outro lado, lembremos que passagens assim não tinham em vista os filhos dos fiéis, mas toda uma primeira geração de adultos que se converteram pela pregação do Evangelho.

Mas, ao fim, tanto os que batizaram seus filhos quanto os que os apresentaram, devem orar com eles e por eles, serem exemplos de vida cristã, levá-los à Igreja, instruí-los nas Escrituras e viver de tal modo que, ao crescer, os filhos desejem servir ao mesmo Deus de seus pais.

FONTE: http://www.monergismo.com/textos/batismo/batismo_nicodemus.htm

sábado, 21 de maio de 2011

O Batismo Reformado

O artigo completo está disponível aqui: >> http://daviburiti.multiply.com/journal/item/11/O_Batismo_Reformado

CULTO VERTICAL x CULTO HORIZONTAL

por Rev. Santana Dória

a) O CULTO VERTICAL - Culto vertical significa: “Culto teocêntrico”: Deus é o sujeito e o objeto do culto. É desse “culto vertical” que convocados a participar, no qual Deus é Senhor absoluto e o adorador é servo, disposto a reconhecer, diante da divindade, sua insignificância, oferecer-se a ele como escravo, submeter-se à sua Palavra e às suas ordenanças. No culto verdadeiro, prestado em espírito e em verdade, o crente reconhece que DEUS É TUDO e ele não é nada. Mas, mesmo em seu estado de miserabilidade, é aceito diante do Todo Poderoso Rei dos reis. Compete ao escravo satisfazer o seu Senhor. O Culto vertical visa, portanto, “agradar” a Deus, não ao adorador (Rm 12:1). Dele o crente sai interrogando-se: Deus se agradou de mim? Comportei-me realmente como seu servo na intenção, na participação, na confissão, na adoração e na comunhão? No culto vertical o homem submete-se a Deus e ao seu governo; no horizontal, o homem submete Deus ao seu comando e à sua vontade.

b) CULTO HORIZONTAL - O culto horizontal é antropocêntrico, voltado para o homem, suas carências, seus prazeres, suas realizações e seu bem-estar. O culto, quanto mais horizontal, mais “satisfaz” o suposto “adorador”. É comum ouvir-se: “Hoje o culto me agradou; foi uma “maravilha”, “fui muito abençoado”, “sai alegre e feliz”. Esses tipos de avaliações e apreciações demonstram a indiscutível horizontalidade do culto: o homem é o centro, o alvo, o objetivo. Satisfação humana: eis o fim último do culto horizontal, no qual predominam:

a- O materialismo: busca de bens materiais (teologia da prosperidade).

b- O sensualismo: ênfase no sentimento, no prazer, no sensório, no lúdico, no hedônico: músicas românticas e sensuais, coreografias, ritmos dançantes, danças, abraços, beijos, palmas, gritarias, trenzinhos).

c- O antropocentrismo: destaque de individualidades, centralização em líderes carismáticos, “criadores de igrejas”, que a si mesmos se designam: profetas, pastores, bispos, missionários e até apóstolos. O culto vertical, reformado, é radicalmente diferente; nele não se “celebra” o divino, mas se cultua o Deus soberano, Criador de tudo, Senhor do universo e da história, Rei de seu povo.

Carta a Jean Martin Ulrico - “neo-puritanismo”.

Carta a Jean Martin Ulrico
por Augustus Nicodemus Lopes

[O Rev. Jean Martin Ulrico é um pastor fictício. A correspondência, por sua vez, se baseia em fatos bem reais]

Meu caro Jean Martin Ulrico,

Somente hoje pude ler sua mensagem. Lamento que os atritos entre você e o Conselho da igreja tenham piorado. Todavia, era esperado que a liderança de sua igreja, bem como grande parte dela, estranhassem as mudanças que você vem tentando fazer no culto nos últimos meses, como fruto da mudança que ocorreu em sua vida depois que você abraçou o “neo-puritanismo”.
É com pesar, Jean Martin, que acompanhei sua adesão gradual a estas idéias nos últimos meses, e as suas tentativas de impor estas idéias em sua igreja, tendo como resultado o atual conflito em que vive. Receio que este conflito venha a minar seu pastorado e prejudicar a boa abertura que você vinha tendo para difundir a fé reformada em sua Igreja.
Eu me recordo quando o termo “neo-puritano” passou a ser usado aqui no Brasil. Acho que você nem estava ainda no seminário. Foi quando um grupo de irmãos reformados passou a defender zelosamente certas práticas litúrgicas que vieram a considerar essenciais para a reforma do culto e da adoração correta a Deus, como a abolição dos instrumentos musicais, corais e grupos de louvor no culto, bem como a abolição de qualquer outro louvor que não fosse os salmos, e de preferência, aqueles metrificados do Saltério Genebrino. A isto, acrescentou-se a proibição da mulher cristã orar no culto e a ensinar qualquer outra classe que não fosse das crianças. Alguns deles chegam a defender o uso do véu ou chapéus por parte das mulheres durante o culto, como em algumas igrejas neo-puritanas modernas em países de fala inglesa. Outros chegaram até mesmo a proibir que a mulher orasse em família, se o marido estivesse presente. Começaram a classificar o culto prestado nas igrejas reformadas e suas co-irmãs como corrompido e desfigurado.
Quando eu escrevi na semana passada que você estava virando neo-puritano, você reclamou, dizendo que rotulações são injustas e cobrou que eu definisse o rótulo “neo-puritano”. OK, vamos lá. Esse designativo surgiu da necessidade de se deixar claro que aquilo que este grupo novo estava disseminando não era a essência da Reforma protestante, e nem mesmo o consenso entre os reformados e antigos puritanos. Era preciso evitar que os sentimentos de forte rejeição aos ensinamentos deste grupo se estendessem às próprias doutrinas da Reforma e descolá-los das grandes doutrinas da graça características da Reforma.
O título “neo-puritanos” passou a ser usado, então, para identificar os aderentes destas práticas como um movimento distinto dentro das igrejas reformadas, que, por um lado, quer ter ligações com os antigos puritanos – no que os reformados em geral concordam –, mas que, por outro, representa o ressurgimento das práticas de alguns grupos radicais de entre os puritanos. Ou seja, elas nunca foram consenso entre eles e nem foram jamais aceitas por denominações presbiterianas e reformadas ao redor do mundo. Quando muito, está restrita a algumas pequenas comunidades reformadas na Europa e nos Estados Unidos.
Eu sei que nenhuma rotulação é boa, mas às vezes, infelizmente, acaba se tornando útil. A utilidade neste caso foi de permitir que se diga “sou Reformado, porém, não sou neo-puritano”. Também estou ciente de que você e outros rejeitam veementemente esta rotulação e não se entendem como tais. Antes, se vêem como os verdadeiros presbiterianos, estando todos os demais errados, inclusive aqueles que comungam com vocês de posições teológicas bíblicas e conservadoras, o que torna o diálogo e o esclarecimento das idéias ainda mais difícil. Eu mesmo tenho um bom relacionamento com vários destes irmãos neo-puritanos, mas tenho experimentando esta dificuldade.
Não nego, meu caro Jean Martin, que você está correto em vários pontos. Concordo com você que igrejas reformadas e denominações históricas no Brasil têm admitido no culto a Deus elementos estranhos às Escrituras e tornado este culto em um exercício antropocêntrico. Também concordo que é preciso purificar o serviço divino destes acréscimos humanos. Você também está certo quando me lembra de nossa herança puritana. É fato histórico de que a Confissão de Fé de Westminster, adotada como padrão doutrinário por todas as igrejas presbiterianas do mundo, foi escrita pelos puritanos. Todavia, pondere no que vou dizer em seguida.
Primeiro, lembre que o Brasil, infelizmente, ainda está longe de conhecer a Reforma protestante e suas principais doutrinas, resumidas nos solas ou nos cinco pontos do Calvinismo. Se em vez de pregar estas idiossincrasias de alguns grupos puritanos, e em vez de querer impô-las em sua igreja, você tivesse se concentrado em pregar as grandes doutrinas da graça, prestaria um enorme serviço ao Reino de Deus. Como está, infelizmente, você só conseguiu provocar polêmicas, discórdias e dissensões dentro da sua igreja, criando uma eclesiola in eclesia (igrejinha dentro da igreja).
Segundo, não esqueça que você é pastor de uma denominação (a IPB) que adota decisões de seus concílios como regra para todas as igrejas e membros. Há muitas decisões da IPB que deixam claro que a denominação aceita corais, orquestras, instrumentos de música, o ministério não-ordenado das mulheres, o cântico de hinos e outras composições, as celebrações das datas do calendário eclesiástico. Em e-mails anteriores, você reclamou de pastores e presbíteros liberais e pentecostais dentro da IPB que não honram os votos que fizeram na ordenação, quais sejam: aceitar a Confissão de Fé de Westminster como fiel exposição da Palavra de Deus, aceitar o governo da IPB, sua constituição e Princípios de Liturgia. Todavia, você também jurou aceitar o governo da IPB e sua Constituição, que inclui os nossos Princípios de Liturgia e as decisões dos concílios. Não há uma incoerência nisto?
Jean, meu conselho é que você não vá adiante nessa tentativa de mudar as coisas a ferro e fogo. Se suas convicções o impedem realmente de acatar a liturgia da IPB, trate deste assunto com seu presbitério e busque orientação quanto ao que fazer junto aos concílios. Receba meus conselhos como de um pai – afinal, tenho idade para isto.


Um grande abraço,
Augustus

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/2010/02/carta-jean-martin-ulrico.html