domingo, 30 de novembro de 2008

AS MARCAS DE CRISTO


AS MARCAS DE CRISTO Gl 6:17

Quase todos nós carregamos marcas pelo corpo. Muitas são cicatrizes vindas da infância. É possível até contar um pouco de nossa história através delas: a queda da bicicleta, a queimadura no fogão,o corte com a faca, o encontro com o arame farpado....

Alguns mais antigos trazem os sinais que a varíola deixou quando ainda não havia vacina.

Marcas podem ser chamadas de “estigmas” (do gr. Stigmata*), que eram as cicatrizes provocadas por tortura, apedrejamento ou ferro em brasa para marcar escravos e animais.

Assim como as queimaduras e os cortes deixam seus sinais pelo corpo, é certo que a alma também possui a propriedade de receber marcas, mas ao contrário do corpo, que com o passar do tempo se regenera, muita dor causada na infância ainda permanece viva.

Em um dia quente de verão lá no interior do Pantanal Mato-grossense. Um garoto foi nadar no lago que havia atrás de sua casa.

Na pressa de mergulhar na água fresca ele foi correndo... foi deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa. Entrou na água e começou a nadar.

Ele nadava naquele lago diariamente e nunca se ouviu falar na presença de jacaré naquela área. Mas naquele dia aconteceu o inesperado! O menino não percebia que enquanto nadava para o meio do rio, um jacaré estava deixando a margem e entrando na água.

Sua mãe, que estava em casa, olhava pela janela e observava o filho nadando no lago.
De repente, a mãe percebeu que o jacaré estava indo em direção ao seu filho e estava cada vez mais perto.

Desesperada, correu para o rio gritando o mais alto possível: “Filho! Volte! O jacaré está atrás de você!” Volte! Volte! Ouvindo a voz da mãe, o menino se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro de sua mãe. Foi uma corrida contra o tempo.

Os segundos pareciam uma eternidade. Finalmente o menino chegou à margem. Mas era tarde! Assim que o menino alcançou a mãe, o jacaré também o alcançou.
A mãe agarrou o menino pelos braços enquanto o jacaré cravou os dentes nos pés do menino. Começou um cabo-de-guerra entre a mãe e o jacaré.

O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixar o seu filho ir. Um fazendeiro que passava por perto ouviu os gritos, pegou sua arma, fez pontaria e atirou no jacaré.

Após semanas no hospital, o menino sobreviveu. Seus pés estavam muito feridos por causa do ataque do animal, e, em seus braços, havia riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço sobre o filho que ela amava.

Um repórter entrevistou o menino e perguntou-lhe se podia mostrar suas cicatrizes. O menino levantou seus pés. Mostrou-os ao repórter. E com orgulho, disse: “Olhe em meus braços.

Eu também tenho grandes cicatrizes em meus braços.
“Eu tenho essas cicatrizes porque minha mãe não me deixou ir”.

Você e eu podemos nos identificar com esse menino.
Nós também temos muitas cicatrizes. Não são as cicatrizes de um jacaré, ou algo tão dramático. Mas podem ser as cicatrizes de um passado doloroso.

Podem ser algumas lembranças que incomodam o coração.
Essas cicatrizes são feias e ainda te causam dores profundas.
Você já parou para pensar no porquê dessas cicatrizes? Algumas foram feitas pelo jacaré. Mas outras foram feitas pela mãe.

Algumas foram feitas pelo maligno e outras foram feitas por Deus. Deus é como a mãe daquele menino. Às vezes Ele nos fere para não nos perder para o maligno!

Algumas feridas estão em nós porque Deus se recusou a nos deixar ir.

E enquanto nos esforçávamos, Ele estava nos segurando nos braços.

No texto lido o Apostolo Paulo diz: “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.” Gl 6:17

São várias as opiniões em relação ao real significado dessa marca que Paulo fala aqui.

Mas é evidente que ele estava se referindo as cicatrizes literalmente: stigmata, que ficaram em seu corpo em conseqüência as perseguições, que sofrera quando em sua viagem pela galácia em sua primeira viagem missionária.

Em lista por exemplo, ele foi apedrejado até quase a morte.

As cicatrizes do corpo de Paulo pertenciam a Jesus, como as feridas que ele mesmo sofreu,

Por que as feridas de Paulo foram de fato sofridas por causa de Cristo.

As feridas infligidas ao corpo de Paulo eram evidências da intima comunhão que havia entre Jesus e Paulo

“Estamos vivendo dias, onde muitos se dizem cristãos, mas na verdade não conseguimos mais identificá-los, pois as marcas em suas vidas se apagaram”,

Temos nós hoje, em nosso corpo, as marcas de Cristo? Quais os sinais que evidenciam o senhorio de Jesus em nossas vidas?

É claro que não falo de cicatrizes que possa haver em nossos corpos, pois, pela misericórdia de Deus, não enfrentamos perseguições desse porte, pelo menos aqui no Brasil.

Contudo, falo de evidências em nosso viver diário que autenticam o nosso cristianismo; que comprovem que, verdadeiramente, somos de Cristo, somos filhos de Deus.

Creio que algumas marcas são comuns a todos os cristãos.

A primeira delas é:

1- A MARCA DA CONVERSÃO
A conversão é o lado humano da mudança espiritual que se opera no homem, a qual, vista do lado divino, nós chamamos de regeneração.

Nela há dois elementos. O primeiro deles é negativo e é chamado de arrependimento, constituído de tristeza que sente o pecador pelo seu estado de miséria e da resolução de abandonar o pecado.

O segundo é positivo, chamado de fé, que é a resolução do pecador de voltar-se para Cristo. Portanto a conversão envolve fé e arrependimento

”. A prova de que a nova vida realmente começou precisa ser buscada na conduta diária da pessoa.

Paulo exorta-nos “Desenvolvei a vossa salvação”.

Temos nós apresentado em nosso viver a marca da conversão? Há evidências claras da graça de Deus operada em nós?

Outra marca que é comum a todos os cristãos é:

2- A MARCA DO SOFRIMENTO.
O Rev. John MacArthur declarou que “a dor e o sofrimento são resultantes da hostilidade do mundo aos crentes e assim, seriam algo normal; alguma coisa que os crentes devem esperar acontecer em suas vidas”.

Ainda que não gostemos de admitir, é algo que deve ser dito: o sofrimento faz parte da própria natureza da nossa vida com Cristo aqui neste mundo..

O Senhor mesmo declarou isto: “No mundo tereis aflições”; e referiu-se ao discipulado como “lançar mão no arado”, “tomar a cruz”, “negar a si mesmo”.

Não devemos nos desanimar se nosso cristianismo não é popular e se poucos concordam conosco. “Estreita é a porta, e apertado o caminho e são poucos os que acertam por ela” (Mateus 7.14).

Paulo enfrentou grandes tribulações, como já mencionamos, e ele comissionou Timóteo aos crentes de Tessalônica dizendo: “... a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações.
Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto”.

A Bíblia afirma que estamos crucificados com Cristo, o que nos identifica com o seu sofrimento e sua morte, ou como diz o apóstolo Pedro somos co-participantes dos sofrimentos de Cristo.

Contudo, do mesmo modo que com Ele sofremos, também com Ele seremos consolados.

“Se com Ele (Cristo) sofremos, também com Ele seremos glorificados” (Romanos 8.17). Paulo nos lembra que estas aflições são leves e temporárias em comparação com a glória eterna vindoura.

Uma terceira e última marca que é indispensável ao cristão é:

3- A MARCA DO SERVIÇO
Marcos, o evangelista apresenta-nos Jesus como exemplo de servo. O próprio Mestre afirmou que não veio para ser servido, mas para servir. Toda existência foi gasta em prol do próximo.

Suas palavras de graça, seu ensino com autoridade, seus milagres, tudo foi evidência que Ele havia vindo ao mundo para servir.

Neste aspecto revolucionou o mundo grego, pois “a entrega voluntária de si mesmo ao serviço de seu próximo é estranha ao pensamento grego.

O alvo mais sublime do homem era o desenvolvimento de sua própria personalidade”. Jesus traz a novidade de uma vida de serviço e exorta a sua igreja a seguir seu exemplo.

Paulo nos lembra que outrora fomos escravos do pecado, mas que pela misericórdia de Deus, Jesus Cristo nos libertou desta escravidão e nos fez escravos de Deus.

Para o apóstolo o homem sempre será escravo; ou do pecado, que traz vergonha e morte, ou de Deus, que resulta em santificação e vida eterna.

Ele mesmo se viu como servo de Deus e se considerava um ministro. Ele é ministro de Deus, de Cristo, do Evangelho e da Igreja.

”.Por certo poderíamos enumerar outras marcas, mas creio que estas já nos são suficientes. Que as marcas da conversão, do sofrimento e do serviço estejam presentes em nosso viver.

2 comentários:

Matias Borba disse...

Amado Pastor, A Paz do Senhor!

Pra mim é uma horra trazer as marcas de Cristo comigo desde minha conversão.
Parebéns pelo post!
Deus Abençoe!

Anônimo disse...

Prezado irmão Pr Buriti, a Paz do Senhor. Ao ler este belo comenário, me reportei por instante e lembrei de algumas das muitas marcas que carrego - estigmas do passado. Muitas, é claro, são consequências de minhas rebeliões, outras, fraquezas, etc. Mas a que mais me marcou, sem dúvida, é a marca de Cristo em minha vida. E por isso é que me arrependo, por não ter sido mais fiel a Ele!!! Que o Snhor te abençoe, amado.