terça-feira, 25 de setembro de 2007

A sedução de sermos como o mundo

A SEDUÇÃO DE SERMOS COMO O MUNDO (João 17:12-19)

Vivemos numa época em que nos acostumamos a dizer que o pós-modernismo reina. E que tudo é permitido. Afinal, estamos no século XXI, na era da informação em que o mundo é globalizado e que tudo é normal.Nesta perspectiva nos acostumamos a dizer que ser normal, é ser igual a todos e a tudo. É viver como a mídia mostra, é não ter identidade própria, nem autonomia.Mas, se olharmos para a Palavra de Deus, poderemos identificar alguns textos que afirmam que nós não somos deste mundo, e nem estamos aqui para sermos iguais a ele.

Iremos falar sobre a sedução de sermos como o mundo.

A palavra sedução vem do Latim “Seduction” ou “seducere”, que literalmente significa “levar para o lado”. Este vocábulo possui uma conotação negativa, ou seja, implica em que alguém é levado para o lado, afastando-se de uma coisa boa e correta para algo vil e inferior.

Em outras palavras, não significa apenas ser levado para o lado, mas também ser desencaminhado.

Não é por ser material que o mundo é condenável, mas por tornar-se fonte de sedução para o homem.

O mundo exerce uma atração sobre nós, como um suposto tesouro que vale a pena conquistar e possuir. Desse modo, o mundo e Deus se oferecem como tesouros alternativos. Na medida em que valorizamos e amamos o mundo, tornamo-nos inimigos de Deus. (Tg 4:4)

Temos observado que a sociedade tem reclamado da Igreja uma postura que revele o seu verdadeiro compromisso com o Senhor Jesus cristo.
De fato, muitos têm razão em argumentar que o cristianismo não tem feito diferença na vida de muitos que se dizem cristãos.

Muitas vazes somos abordados por alguém questionando a vida de “a” ou “b” se são realmente cristãos como dizem; Isso pode ser a respeito de alguém da nossa igreja ou mesmo a respeito daqueles que se levantam nos méis de comunicação se denominando evangélicos sem darem testemunho de vida.

O texto lido no início deixa bem claro que nós estamos nesse mundo mas não somos desse mundo; E Jesus disse: “não peço que tires do mundo mas que guardes do mal”
(João 17:15)

A presença da igreja no mundo é para revelar a grande diferença entre a luz e as trevas. Porém nem todos estão acostumados com isso;

Alguns afirmam que nos dias de hoje é preciso viver como todos vivem e que é impossível praticar os ensinamentos de Jesus no presente século.

O texto bíblico que está sendo enfocado apresenta a oração de Cristo em favor de sua igreja, no momento em que antecede a sua prisão e conseqüentemente a sua morte.

E o que está aqui em questão é a situação dos discípulos no mundo depois da partida de Cristo. Eles continuariam a obra de Cristo no mundo; Como procederiam?

Percebe-se que a preocupação de Jesus é com a atuação dos crentes no mundo, para que os mesmos não vivam uma vida de conformismo com o sistema mundano e pecaminoso que rege a sociedade.

Daqui podemos colher algumas lições importantes para nossa vida:

1- O Cristão está no mundo para fazer diferença.

Ao afirmar que seus discípulos estão no mundo, mas não são do mundo, Jesus está revelando a nova identidade dos seus seguidores. Eles são pessoas diferentes.
O seu estilo de vida retrata o não mundanismo, que é o resultado de vida santificado pela palavra. (v 17)

O que precisamos ter em mente é que há uma diferença fundamental entre o Cristão e o não Cristão.

Deus nos colocou numa sociedade secular para fazermos diferença; (Tito 2:11,12)
Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens,
Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente;

Tal diferença não significa alienação, mas apenas o cumprimento dos princípios que a palavra de Deus nos mostra. O cristão não deve ser esquisito nem isolado. Podemos nos misturar às outras pessoas, mas devemos recusar o que for pecaminoso.

Não é admissível que alguém, dizendo-se filho de Deus, viva como o ímpio. Quem quiser praticar a impiedade, que o faça, mas não use o nome de cristão nem traga vergonha para o evangelho.

O servo de Deus não pode ser mentiroso, desonesto, ladrão, adúltero, sonegador de impostos, infiel, mas um bom exemplo no meio da sociedade.

O mundo hoje se dispõe a nos ensinar gratuitamente a prática pecaminosa. São tantos maus exemplos que nos rodeiam e nos assediam diariamente, seja ao vivo ou pelos meios de comunicação.

Existe uma pressão muito grande para que nos conformemos ao modo mundano de ser. Contudo, precisamos ser diferentes, nos conformando apenas com a vontade de Deus expressa através da sua palavra.

Se quisermos ser diferentes, precisaremos, algumas vezes, assumir uma posição de confronto a fim de defendermos os valores éticos cristãos.

Para sermos diferentes precisamos ser corajosos.
Assim, enquanto muitos estarão prostrados, caídos, vítimas da sedução de ser como o mundo, permaneceremos de pé.

Muitas vezes, para sermos aceitos pelo grupo, nos sujeitamos aos costumes da maioria. Tememos a crítica, o desprezo e a perseguição.
Isso é a sedução de sermos como o mundo.

Isso tem se evidenciado nas formas de namoro, sem nenhum respeito, (casal de namorado a sós no quarto, de porta fechada). A mídia mostra isso como normal,
Alguns pais aceitam como normal.

Os jovens são pressionados a abandonar hábitos conservadores e a adotar as práticas pecaminosas ditadas pela cultura social.

A virgindade, por exemplo, deixou de ser uma honra e tornou-se vergonha. Adolescentes são questionados quanto a serem virgens e são escarnecidos quando admitem que são! Porque a zombaria?

A resposta é simples: Vivemos num mundo dominado pelas forças malignas. E a idéia principal do rei do mundo é destruir o homem.

Lamento, ver que até mesmo a igreja tem incorporado como normal muitas ações comuns ao mundo! São as reuniões “sociais” e algumas idéias insanas que as afastam do Pai.

Os namoros impuros, cheio de prazeres da carne, são formas claras e evidentes da infidelidade ao Senhor.

Geralmente, estes relacionamentos culminam na fornicação.
É uma tragédia na vida de qualquer Cristão.
Fugir do pecado é uma forma sábia de agir.

Hoje, como cristãos, devemos ser diferentes dos mundanos, diferentes para melhor. Isto não significa que teremos mais dinheiro do que eles ou mais bens materiais. O que precisamos apresentar é um caráter precioso, uma vida digna de um representante de Deus na terra.

2- A diferença se manifesta no rompimento com a mentalidade do mundo.

Se o cristão foi colocado no mundo para fazer a diferença e não ser como o mundo, surge então a seguinte pergunta: Como ser diferente?
Essa diferença se manifestará com no rompimento com a mentalidade mundana.

O seu lema precisa ser o de RM 12: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente”.
(não basta ser aparentemente diferente).

João 17:15, Em sua oração Jesus roga ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guarde do mal...”.

Ser Guardado do mal significa que o cristão vai pensar diferente, falar diferente, ser um empregado diferente, aluno, vizinho... 2ª CO 2:17 “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura; as coisas velhas se passaram, tudo se fez novo.”

É por isso que é preciso romper com essa mentalidade mundana, combatendo e condenando todo tipo de mal.
O que se espera do verdadeiro seguidor é que ele tenha a mente de Cristo,
(1ª Co 2:16).

Isso é possível por uma vida santificada pela palavra V 17; que implica em apegar-se a Deus e detestar o mal.

Um grupo de crianças da primeira série foram conhecer um grande hospital. Depois de falar sobre os cuidados e a higiene no hospital e percorrer os corredores, ao final da caminhada pelo hospital a enfermeira perguntou se alguém tinha alguma pergunta.

Uma criança levantou a mão e perguntou: Por que e como as pessoas que trabalham aqui estão sempre lavando as suas mãos? A enfermeira sorriu e respondeu:

As pessoas que trabalham no hospital estão sempre lavando as suas mãos por duas razões: Primeiro, porque elas amam a saúde e segundo, porque elas odeiam os germes.

- Muitas vezes o amor e o ódio caminham lado a lado: “Vós que amais o Senhor, detestai o mal” (Sl 97:10). “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem” (Rm 12:9).

O mesmo João que nos falou que o amor é a marca do verdadeiro cristão (1 Jo 2:10), agora nos diz que a marca do verdadeiro cristão é não amar o mundo nem ser como o mundo.(1 Jo 2:15).

3- A diferença atrai aqueles que vivem no mundo e glorifica a Deus.
v 20,

A nossa diferença do mundo pode atrair para o evangelho os eleitos, e é claro que essa diferença vai provocar ódio do mundo como vimos no verso 14

É aqui onde entra uma questão; Estamos aqui para agradar o mundo ou fazer a vontade de Deus?
Muitos na sedução do mundo acabam desagradando a Deus para agradar ao mundo.

Os que são da luz são atraídos (mariposa)
Os que não são da luz, são das trevas (morcego) nasce na trevas morre nas trevas!

Jesus falou em MT 5:16 “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”

Vemos na bíblia exemplo de homens que pela sua coragem e atitude de ser diferente, atraíram o ódio dos ímpios; mas no fim, o nome do Senhor foi glorificado.

Um exemplo vemos no livro de Daniel a história de Sadraque, Mesaque e Abedenego,
Que não se prostraram diante da estátua que o Rei Nabucodonozor fez;
Foram lançados na fornalha de fogo; Mas por Deus ter-lhes guardado do mal o Rei pronunciou tais palavras:

Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.
Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus que possa livrar como este.(DN 3:28,29)

Outro exemplo que vemos também no livro de Daniel 6, é o próprio Daniel que era um homem temente a Deus e se desviava o mal; por ser diferente também atraiu o ódio dos ímpios;

Mas Deus foi glorificado por sua corajosa atitude de não se prostrar diante de um homem mesmo sabendo seria lançado na cova dos leões.
Porém Deus nos guarda do mal, como vimos na oração de Jesus JO 17:15;
E aqui Deus Guardou a Daniel. Daí o Rei Dario pronunciou as seguintes palavras: (DN 6:26,27)

Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim.
Ele salva, livra, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões.


O nome de Deus é glorificado pela nossa diferença, essa diferença não está basicamente na roupa que vestimos, na maquiagem, nos cabelos etc; apesar de que em tudo isso temos que ser prudentes; No entanto temos que ter em vista o estilo de vida que vivemos. Nosso estilo de vida deve caracterizar uma vida santificada pela palavra. E foi isso que o senhor Jesus rogou a Deus JO 17:v 17; 17 “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade”.


CONCLUSÃO

• O cristão está no mundo, mas não é do mundo. O mundo ou seu sistema mundano é passageiro; Ele nos atrai, nos seduz. Mas não podemos esquecer que temos fazer a diferença.

E romper com a mentalidade mundana, tendo a mente de Cristo, amando aquilo que Deus ama e detestando aquilo que Deus detesta

O cristão é chamado do mundo e enviado de volta ao mundo como luz e testemunho (Jo 17:18). Essa diferença vai atrair aqueles que estão no mundo e que são eleitos de Deus, embora causará ódio àqueles que não são da luz. E o nome do Senhor será sempre glorificado.

Temos que ter cuidado porque o mundo entra no cristão pela porta do coração: “Não ameis o mundo...” (1 Jo 2:15). Não sejamos levados pela sedução de sermos como o mundo.

• Devemos sempre nos lembrar que o amor ao mundo é o amor que Deus odeia!

Pr Davi Buriti.

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